Maria Beatriz Martins Linhares diz que o isolamento não pode ser encarado como uma ameaça, mas um momento de oportunidade para atuar como proteção e estimular o convívio familiar
Por: Léia Coelho | Rádio USP no Ar
A pandemia desencadeada pelo novo coronavírus representa um desafio para toda a sociedade, mas principalmente para o desenvolvimento da criança, por isso os riscos para a próxima geração vêm preocupando especialistas na área.
O isolamento social necessário para conter a propagação do vírus está até nomeando essa geração como a “geração C, de covid”. Mas, ensina a professora Maria Beatriz Martins Linhares, da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) da USP e estudiosa do tema, o desafio “não pode ser uma ameaça e pode ser um momento de oportunidade para atuar como proteção, como neutralizador do risco”.
Para o desenvolvimento potencial pleno das relações sociais e interpessoais, a criança precisa participar de contextos em família, escola e sociedade, “envoltas em estímulos e processos de socialização”, comenta a professora. Comprometida a convivência escolar e social, diz a professora, resta à família a tarefa de construir as conexões necessárias. E estas conexões, adianta,” devem ser estimuladas por afeto e momentos prazerosos”.
Para apoiar os pais nessa jornada, Maria Beatriz lembra que existem à disposição programas de parentalidade a distância, que podem ajudar a fortalecer a relação com as crianças, aumentando a conexão social de estímulo ao desenvolvimento dos filhos. Contudo, afirma que essas estratégias não dispensam a escola de sua função socializadora.
Leia a matéria original no Jornal da USP.