Quarta, 10 Dezembro 2014 16:43

Educadores que fizeram a diferença no 3º PeopleNET

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Profissionais debatem experiências e flagrantes de fraude acadêmica

people DSC 2655 webDurante o Congresso 3º PeopleNET in Education, realizado na Faculdade Rio Branco, em São Paulo, na última sexta-feira (5), diversos professores, educadores e gestores da Educação do País realizaram palestras sobre inovações no uso das redes sociais e aplicativos digitais na área, assim como suas experiências com estudantes.

Entre os palestrantes presentes, foi consenso que a Educação mudou, e que nos novos tempos, os estudantes têm outros valores, outras maneiras de aprender e necessidades. Na palestra de abertura, o professor José Armando Valente, da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), disse: “Hoje, qualquer estabelecimento comercial e público tem Wi-Fi gratuito. Digamos que uma pessoa vá a um restaurante e peça um peixe qualquer, e enquanto espera, procura em seu smartphone informações sobre o prato, o peixe, como é servido, com que bebida e outras informações. Além de contribuir para seu próprio conhecimento, isso servirá de referência nas redes sociais dessa pessoa, se recomenda o prato ou até mesmo o restaurante. Parafraseando o professor Macedo, da UFBA: ‘Não posso mais determinar o conteúdo de aprendizado de acordo com o meu plano’. Isso quer dizer que os estudantes encontraram outros meios de adquirir conhecimento: através da internet, da TV, nas livrarias e na rua”, analisou o professor.

Indagado pelo Professornews justamente sobre a mudança de hábitos das pessoas em relação ao uso de smartphones nas ruas e, principalmente, de maneira tímida, na utilização em sala de aula nas universidades e escolas do Brasil, o professor deu suas opiniões.

people DSC 2689“Ainda vivemos um modelo arcaico de um curso inteiro somente de aulas ministradas numa sala de aula onde, em nível hierárquico, o professor é o centro do conhecimento e seus alunos só recebem informações. O que falta é uma mudança geral nas camadas sociais. Não podemos culpar, de forma alguma, os governos, já que as iniciativas devem partir do conjunto da própria sociedade, instituições de ensino e governos. É necessário que os professores tenham apoio de suas instituições, até porque, diretores, gestores e políticos têm uma grande tendência em mudar, substituir ou até mesmo extinguir projetos em andamento. E tudo isso acontece nem sempre em mudança de administração, mas durante as diretrizes dos autores da ação, tornando a educação digital difícil em algumas instituições”, sentenciou José Armando Valente.

Para a professora Claudéte Inês Kronbauer, da Universidade do Estado do Amazonas (UEA), o uso das novas tecnologias em sala de aula só melhorou o desempenho de seus alunos.

“Gosto de utilizar jogos de estratégia, de aprendizado e de raciocínio lógico. Também utilizo redes sociais com exercícios no Whatsapp, Facebook e Skype, mas só para orientá-los na produção de trabalhos, projetos e artigos, e nada disso tem peso na nota”, disse Claudéte Kronbauer.

Em outra circunstância, a professora afirmou que as novas tecnologias são armas valiosas na luta contra as fraudes acadêmicas e na identificação de plágio em projetos e monografias.

“Utilizamos softwares antiplágio, mesmo assim, algumas coisas escapam. Quando se trata de estudantes em início de curso, faço uma advertência e explico as consequências para a sua vida e sua carreira. Mas, há cinco anos, tivemos um problema muito grave de fraude acadêmica; isso, em outra instituição em que trabalhei em Manaus. Um estudante foi aprovado com louvor pelo seu projeto final. Mas num evento de homenagens a professores, o trabalho desse aluno foi apresentado, e só percebemos que se tratava de plágio porque um dos homenageados era o autor do trabalho. Ele não fez escândalo e nem menção sobre sua autoria, simplesmente mandou uma carta à universidade, que cassou o título do estudante. Seu nome foi publicado no site da universidade, mas a imprensa manauara não se interessou em cobrir o fato, já que esse aluno tinha 'pistolões' muito fortes. Mesmo com tudo isso, esse ex-estudante conseguiu uma liminar na Justiça e conseguiu se formar no ano seguinte com outro projeto”, relatou a professora.

Leia mais em 3º PeopleNET traz professores que inovam o ensino

Reportagem: Alexandre César

Fotos: Gustavo Lourenço

Read 2718 times Last modified on Quarta, 10 Dezembro 2014 16:59

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