Quarta, 10 Dezembro 2014 16:45

3º PeopleNET traz professores que inovam o ensino

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Evento reuniu exemplos de sucesso de educadores de vários Estados do Brasil

peopleDSC 2747 webTransmitido ao vivo para Angola, Portugal e diversos Estados do Brasil, o 3º PeopleNET in Education, realizado na Faculdade Rio Branco, em São Paulo, na última sexta-feira (5), reuniu professores de várias regiões do País, que demonstraram iniciativas inovadoras em que a criatividade aliada às tecnologias digitais contribuem com a melhoria da qualidade da Educação.

“Vivemos numa época de flexibilização da Educação. O professor de hoje não tem mais medo das novas tecnologias, pois todo educador tem um PC, um notebook e um celular, ou seja, já está familiarizado com as novas tecnologias. O que ele precisa é ser um netweaver, para coordenar contextos de aprendizagem e formar meios inspiradores de ensino aos seus alunos”, afirmou José Armando Valente, professor da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e um dos pioneiros no uso das tecnologias digitais na Educação no Brasil.

Nas três salas de apresentações do congresso, a equipe do Professornews acompanhou e entrevistou professores, educadores e estudantes com exemplos de ferramentas e didáticas que têm colhido bons frutos na Educação. Confira:

Palestra Gestão de Recursos Humanos: Uma Integração Escola, Empresa e Comunidade

peopleDSC 2759 webSob a orientação do professor Anderson Luiz de Oliveira, os estudantes Amanda Miyuki Takebayashi e Fernando Aparecido Brito Fernandes, da Escola Técnica Estadual de São Paulo (ETEC), campus Atibaia, desenvolveram a plataforma ETEC RH que auxilia recém-concluintes dos níveis superior, técnico e médio a conseguirem emprego.

A plataforma funciona como canal direto às empresas que já têm descrito o perfil dos profissionais que pretendem contratar, ligando à página do candidato. Para o professor, a ferramenta já iniciou com sucesso.

“A plataforma precisa ser mais difundida, já que o aluno formado numa escola técnica não possui perfil em Linkedin (rede social direcionada a profissionais de nível superior), por exemplo. Todo mundo tem uma conta no Facebook; então, utilizamos esta forma para que a empresa, a indústria, possa encontrar um profissional que está em busca de emprego. Até o momento, as empresas já contrataram 15 ex-alunos nossos”, afirmou Anderson de Oliveira.

Para os estudantes, a fama da plataforma entre as empresas já lhes rendeu convites, mas não puderam atender, pelo menos, no momento.

“Elaboramos esta ferramenta porque muitos de nossos colegas que terminavam os cursos não tinham como conseguir um emprego; então, mapeamos para as empresas onde encontrar o tipo de profissional que eles buscam. Por conta disso, consegui convites para estagiar, mas como estudo em tempo integral, não pude atender. Mas disseram que sustentarão o convite para depois de formada”, disse Amanda Takebayashi.

“As empresas tomam conhecimento da plataforma através de feiras de negócios e de estágio em eventos estudantis. Geralmente, as empresas buscam profissionais das áreas de Informática, Logística e Química, mas também em outras áreas. Eu também recebi convites de empresas, mas como a lei não permite muitas horas de trabalho a estagiários, a empresa pediu para procurá-la após a minha formação”, destacou Fernando Fernandes.

Palestra Eu Sou o Escritor do Whatsapp: A Tecnologia a Favor do Desenvolvimento de Competências

peopleDSC 2782 webO professor Nilson Douglas Castilho, de Língua Portuguesa e Produção de Texto, do ensino fundamental II e médio, e a analista de Tecnologia Educacional, Alessandra Simone Garcia, do Colégio Marista de Londrina (PR), transformaram o hábito dos estudantes de trocarem a atenção da aula pelos bate-papos no Whatsapp num exercício prazeroso e educacional. O professor Nilson Castilho percebeu que poderia contribuir não só com a imaginação e inspiração no debate de assuntos sociais de seus alunos em sala de aula, como também criar um método que evitasse um alto índice de reprovação na disciplina de produção de texto.

“A utilização dos celulares e smartphones em sala de aula causou um frisson entre os alunos. Eles estão acostumados a não terem a permissão de utilizá-los em sala de aula, e espantaram-se quando iniciei o projeto, tanto que disseram: ‘Sério? Podemos usar o celular’?'. Sugeri assuntos em voga na atualidade, como Racismo, Desigualdade Social e outros. Daí, eles compartilham pequenos textos num grupo e, depois, os desenvolvem no papel de forma integral. O exercício não conta para notas, mas alcançou objetivos surpreendentes, pois recuperamos 28 alunos que iam mal em Redação, tendo uma queda nas reprovações. O maior objetivo é que, através disso, possamos formar pessoas letradas, com gosto pela leitura e escrita. O único problema que o projeto me causou foi com os outros professores, pois os alunos já estão perguntando a eles do porquê de não poderem usar o celular em sala”, disse entre risos, Nilson Castilho. A TV Tarobá, de Londrina, fez uma matéria sobre o professor e seu projeto.

Palestra O Uso de Redes Sociais e Sala de Aula Invertida Como Instrumento de Auxílio na Construção do Conhecimento Proposto Pelas Diretrizes Curriculares nos Cursos Superiores

Já a professora Ângela Reis, de Engenharia da Computação, da Devry Brasil, destacou a importância das redes sociais para a troca de conhecimento entre acadêmicos e profissionais das áreas de Exatas, além do uso de plataformas e ferramentas que possam auxiliar no conhecimento de produtos e materiais.

“Nós lidamos com cursos de Engenharias, como Civil, Química, Física, Produção e Materiais. Sendo assim, o uso das redes sociais não cabe muito na opinião de cada um, como acontece nas áreas de Humanas, onde teorias e ideias são debatidas com várias vertentes. Na Ciência Exata, não cabe muito a opinião de cada um. Quase tudo é na base do cálculo e na exatidão dos projetos, tornando, nesse caso, algo muito complexo ou até mesmo simples. Do mesmo jeito que para Humanas 'rolam' debates polêmicos, para nós, 2 + 2 sempre será 4. As plataformas digitais nos auxiliam, por exemplo, em testes de materiais, já que é possível criar uma ponte no programa e informar quais materiais pretendemos usar. Nisso, o aplicativo nos dirá se a ponte cai ou resiste”, argumentou Ângela Reis.

Leia mais em Educadores que fizeram a diferença no 3º PeopleNET

Reportagem: Alexandre César

Fotos: Gustavo Lourenço

Read 3163 times Last modified on Quarta, 10 Dezembro 2014 17:00

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