Mais destaque para os oceanos nas discussões ambientais

Estudiosos sugerem discussão mais ampla no evento do Rio+20 em junho

Cientistas presentes no BIOTA-BIOEN-Climate Change Joint Workshop: Science and Policy for a Greener Economy in the context of Rio+20 no mês passado, em São Paulo, solicitaram uma discussão mais ampla sobre a situação dos oceanos na Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio+20) no Rio de Janeiro, em junho.

“Até o momento, os oceanos têm aparecido de maneira secundária na agenda ambiental e na agenda dos países, em parte pela falta de informações sobre eles. A expectativa da comunidade científica é que eles sejam contemplados de forma mais efetiva a partir da RIO+20”, defendeu José Henrique Muelbert, professor da Universidade Federal do Rio Grande (FURG). As pesquisas sobre os oceanos giram em torno de discussões sobre energia, clima, meio ambiente e biodiversidade.

A preocupação dos estudiosos é que os 10 parágrafos a serem discutidos sobre ambientes marinhos e oceanos ainda sejam poucos na pauta do Rio+20. “Existem muitos aspectos relacionados aos oceanos que ficaram de fora da agenda da conferência, e o principal é a questão da observação dos oceanos, principalmente em ambientes costeiros, onde existe uma grande relação entre a ocupação humana e os ambientes oceânicos”, acrescentou Muelbert.

Um dos aspectos mais importantes a serem postos à mesa, segundo os cientistas, é a urgência de se implantar um sistema de observação para acidificação dos oceanos. Esse fenômeno se dá quando acontece aumento de acidez da água do mar, por conta da elevação de CO2 e acelera a dissolução da aragonita e do carbonato de cálcio presentes na composição do exoesqueleto e esqueleto de organismos, como ostras, mariscos e mexilhões, que perderão suas capacidades de criar carapaças.

Além do risco de causar a extinção dessas espécies, o efeito da acidificação poderá causar riscos às outras formas de vida, como plânctons e corais, que, além de realizarem fotossíntese, fazem parte da cadeia alimentar de baleias e peixes.

Fonte: Agência Fapesp

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