O paciente não tem o hábito de revelar suas crenças religiosas e falar que realiza tratamentos espirituais
O estudo sobre a dimensão do trabalho realizado por centros espíritas e número de atendimentos e serviços por eles oferecidos foi o tema da dissertação de mestrado Descrição da terapia complementar religiosa em centros espíritas da cidade de São Paulo com ênfase na abordagem sobre problemas de saúde mental, de autoria da médica Alessandra Lamas Granero Lucchetti, apresentada ao Instituto de Psiquiatria (IPq) do Hospital das Clínicas (HC) da FMUSP em dezembro.
O levantamento realizado em 55 centros espíritas da cidade de São Paulo aponta que, juntos, os atendimentos espirituais chegam a cerca de cerca de 60 mil por mês. “Este número é muito superior ao atendimento mensal de hospitais como a Santa Casa, que atende cerca de 30 mil pessoas, ou do Hospital das Clínicas, com cerca de 20 mil atendimentos”, destaca o médico psiquiatra Homero Pinto Vallada Filho, professor do Departamento de Psiquiatria da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP) que orientou a dissertação.
“Sabemos, por meio de vários estudos, que a abordagem do tema religiosidade ou espiritualidade exerce um efeito bastante positivo na saúde de muitos pacientes. Por isso, podemos considerar a terapia complementar religiosa ou espiritual como uma aliada dos serviços de saúde”, complementa Vallada Filho, lembrando que, geralmente, o paciente não tem o hábito de revelar suas crenças religiosas e muito menos de falar que realiza tratamentos espirituais.
Os principais motivos para a procura dos tratamentos foram por causa de depressão (45,1%) e câncer (43,1%). Entre os tratamentos realizados, o mais frequente foi a desobsessão (92,7%) e o menos frequente foi a cirurgia espiritual, (5,5%), sendo todas sem cortes.
Fonte: Valéria Dias - Agência USP de Notícias
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