Blogs incentivam e ampliam discussões nas aulas de ciências

Professora incentiva seus alunos com produção na internet

120px-AlunosEm matéria da Agência USP de Notícias da última segunda-feira (21), a professora e bióloga Mônica Fogaça questiona a forma de uso de recursos tecnológicos do computador e da internet por estudantes do ensino fundamental. “Trata-se de uma orientação hierarquizada, que não ouve os interesses e conhecimentos dos alunos”, disse a especialista.

A professora é autora de uma pesquisa recente feita na Faculdade de Educação (FE), da Universidade de São Paulo (USP), que identificou como a utilização de blogs pode aumentar o aprendizado de estudantes do ensino fundamental nas aulas de Ciências. “Além de mudar a relação da informática na escola, tentamos também influenciar a formação dos jovens numa direção mais solidária e coletiva”, informou Mônica Fogaça.

A pesquisadora desenvolveu a tese de doutorado: Blog no Ensino de Ciências: Uma Ferramenta Cultural Influente na Formação de Identidades Juvenis, entre 2009 e 2010, com seus alunos do 9º ano do ensino fundamental do Colégio Marista Arquidiocesano, na zona sul de São Paulo, onde também coordena a área de ciências. No exercício, os alunos tinham de manter um blog, no qual descreviam sobre o aprendizado em sala.

“Dei liberdade a eles no texto: podiam usar a linguagem que quisessem, até mesmo gírias de internet. Só não eram permitidos ofensas e plágio”, relatou Mônica. A professora comentou que, no início, os estudantes acreditavam que a prática da escrita não era divertida, por isso, escreviam conteúdos de humor, para incentivarem os usuários a permanecerem fiéis ao blog.

“Eles achavam que ler não tinha graça, então usavam muitas brincadeiras pra fazer as pessoas continuarem lendo”, explica.

Ao fim do ano, Mônica notou mudanças. “Os textos cresceram, usando termos técnicos, propondo discussões amplas e até chegando a ser politizados”. Sobre os resultados, Mônica Fogaça relembrou um caso bastante notório.

“Um caso interessante foi o de alunas que desenvolveram um trabalho sobre balé. Elas não se sentiam confiantes para escrever e não tinham boas notas, mas depois nunca mais foram chamadas para recuperação”, disse a professora.

Fonte: Agência USP de Notícias

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