Grandes professores e educadores: Maurício Oscar da Rocha e Silva

Farmacologista inovou com a descoberta da bradicinina

Até a segunda metade do século XX, milhares de pacientes sofriam com a doença da hipertensão, sem encontrar métodos eficazes de cura, mas coube a um cientista brasileiro descobrir uma forma de contornar a patologia. O ProfessorNews enaltece o nome de um dos maiores cientistas e farmacologistas que o Brasil já teve: Maurício Oscar da Rocha e Silva.

O fluminense Maurício Rocha e Silva, nascido na cidade do Rio de Janeiro em 19 de setembro de 1910, quando garoto, sonhava em tornar-se escritor, mas, para sorte das ciências da saúde e de tantas pessoas que sofrem de hipertensão, o jovem estudante trilhou a carreira de Medicina. Em 1933, com apenas 23 anos, Maurício Rocha formou-se na Faculdade Nacional de Medicina da Universidade do Brasil, hoje Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

Se, por um lado, os hipertensos devem o alívio que sentem ao tomarem o remédio para a doença, criado por Maurício Rocha e Silva, também devem agradecimentos à Jararaca. Em 1948, juntamente com o fisiologista Wilson Beraldo, o hematologista Gastão Rosenfeld e da médica Sylvia de Andrade, Maurício Rocha descobriu uma maneira de contornar a ação da hipertensão, através do veneno da serpente.

O cientista percebeu que as enzimas do veneno em contato com o sangue produz uma substância denominada bradicinina. Graças a essa descoberta, o grupo ganhou reconhecimento mundial da comunidade científica. Essa descoberta rende hoje à indústria farmacêutica cifras bilionárias. Na década de 1940, Maurício Rocha fundou a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), como forma de manter ativos os projetos científicos do país num momento em que o governo ameaçava suspender apoios às instituições de pesquisa.

Mesmo mantendo as pesquisas como rotina constante, Maurício Rocha ainda se destacou no cenário docente, iniciando em 1957, quando foi convidado para ser professor da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, da Universidade de São Paulo (USP). Em abril do ano passado, Maria Inês da Rocha e Silva, filha do renomado cientista, doou o acervo pessoal de seu pai para a SBPC, constituindo de manuscritos, fotos e vídeos relativos à sua carreira acadêmica e científica.

Maurício da Rocha e Silva faleceu em 19 de dezembro de 1983, aos 73 anos, em São Paulo, depois de sofrer seu terceiro infarto.

Fontes: Revista IstoÉ (nº 1557 – 1999) e Instituto Biológico

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