Presidente da CECIERJ fala de perspectivas, mercado e sucesso dos estudantes
O presidente da Fundação Centro de Ciências e Educação Superior a Distância do Estado do Rio de Janeiro (CECIERJ), Carlos Bielschowsky, discursou sobre a implantação do Ensino a Distância (EAD) no Rio de Janeiro, preconceitos e resistências a esse modelo de aprendizagem, mercado de trabalho e perspectivas para o futuro da Educação no Brasil.
“Estivemos na vanguarda do ensino a distância nas décadas de 1970 e 1980, mas não no ensino superior, o que está mudando agora. Atualmente, temos implantado esse sistema na UERJ, Unirio, UENF, UFRJ, UFF e UFRRJ, com cerca de 30 mil alunos matriculados. O nosso objetivo é levar o ensino a distância ao interior do Rio de Janeiro e locais remotos e sem universidades próximas. O importante da do EAD é oferecer educação aos estudantes mais carentes e com baixa renda”, afirmou.
Sobre os principais desafios da implantação do EAD e da resistência de educadores e governos, Carlos Bielschowsky esclarece sobre resultados positivos de seus estudantes.
“Em todas as universidades com EAD, nossos estudantes têm acesso às aulas presenciais com laboratórios e palestras, mas não são obrigatórias. Até o segundo semestre, elas são mais presenciais, mas depois disso, ficam apenas online. Ao fim do curso, eles são obrigados a realizar o Enade (Exame Nacional de Desempenho de Estudantes) e os resultados são bastante satisfatórios, com 20 alunos em primeiro e segundo lugares entre alunos de universidades públicas e particulares, demonstrando uma ótima qualidade. Portanto, não há por que do preconceito com estudantes do EAD, visto que é um modelo eficaz”, analisou.
No mercado de trabalho, até há alguns anos, profissionais formados na rede particular largavam atrás de concorrentes das instituições públicas. Esse mesmo fenômeno, em relação aos formados de EAD, na busca de vagas competindo com os bacharéis das presenciais, o presidente da CECIERJ tem constatações importantes.
"Essa é uma excelente questão. Sim, existe preconceito em algumas empresas em contratar formados de EAD ou até mesmo estudantes para estágio. Enquanto secretário do SEED (Secretaria de Educação a Distância), analisamos empresas que não aceitavam candidatos oriundos do EAD e ganhamos em todas as instâncias, pondo fim a esse preconceito. Não queremos que esses candidatos sejam absorvidos pelo mercado, mas que sejam avaliados como qualquer outro vindo do sistema presencial. O mercado não é bobo, ele deve saber o que é melhor para os seus quadros. Recentemente, estive na Espanha e me surpreendi com um anúncio de emprego que dizia “Precisamos de estudantes da UNED (Universidad Nacional de Educación a Distancia)”, ou seja, no Primeiro Mundo, algumas empresas dão preferência aos estudantes vindos do EAD", conclui o Professor Carlos Bielschowsky.
Foto e reportagem: Alexandre César