Tecnologia aplicada ao ensino superior

Segundo o Dicionário Aulete Digital, a informática é a “ciência que se dedica ao estudo do tratamento da informação mediante o uso de dispositivos de processamento de dados”.

No início da década de 1990, era incerto o futuro da aplicação da informática na educação. O computador pessoal (PC) ainda estava presente em poucos lares brasileiros, pois um equipamento com algum recurso técnico avançado (pouquíssimos recursos e capacidade, em comparação com os PCs de hoje) custava na época algo em torno de R$ 10 mil (em valor de hoje). Hoje consegue-se adquirir um computador com recursos técnicos razoáveis por menos de mil reais. De lá para cá, houve grande avanço em relação a hardwares e softwares, o que possibilitou a criação de ambientes de ensino virtuais baseados em tecnologias da informática. As universidades brasileiras criaram centros de estudo e pesquisa na área de informática e evoluíram bastante acompanhando a tendência mundial.

A “Caverna Digital”, localizada no Laboratório de Sistemas Integráveis (LSI) da Universidade de São Paulo (USP) foi inspirada no mito da “Caverna de Platão”, onde os homens conseguem somente enxergar o mundo em sombras projetadas no local. Bem mais moderna, a Caverna Digital integra diversas tecnologias e nesse espaço são reproduzidas imagens, sons e sensações por meio de projeções tridimensionais imersivas, simulando realidade. O LSI também foi pioneiro na captação e transmissão da primeira produção em HD 3D na televisão brasileira (reportagem de Wilheim Rodrigues, publicada no Valor Econômico, de 9-9-2011). Imagine ensinar química ou geometria com imagens em terceira dimensão. Certamente, a produtividade do professor será enorme, pois o interesse do aluno pela ciência será maior e alavancará sua aprendizagem.
No IME-USP (Instituto de Matemática e Estatística da Universidade de São Paulo) é utilizado desde 2002, em disciplinas obrigatórias de seu curso de licenciatura em matemática, o iGeom, um software inteligente para o ensino de geometria de forma interativa, criado pelo próprio instituto. Outro software utilizado no IME-USP é o Mathtutor/Adapterrex, cuja ferramenta avalia o conhecimento do aluno e tenta oferecer dicas para que ele aprenda de forma eficaz. Mais informações sobre esses softwares podem ser obtidas na notícia veiculada pelo ProfessorNews neste link. Existem também programas livres para desenho de estruturas químicas, tais como o BKChem e o GChemPaint.
O EaD (ensino à distância) também foi favorecido pela popularização da internet. Com o avanço da informática e da rede mundial de computadores (www - World Wide Web), tornou-se possível levar a educação a qualquer local que esteja conectado à internet, sem a necessidade de presença formal do aluno em “sala de aula física”. No início do século passado, o EaD era praticado na base da correspondência, usando os serviços dos correios. Na segunda metade do século, com o advento da televisão, surgiram no Brasil projetos de tele-educação, como o Projeto Minerva. Desde o final do século passado, já com o surgimento da internet, outras formas de interação professor-aluno tornaram-se realidade, utilizando softwares, como o Moodle, criando um ambiente virtual de aprendizagem. Hoje temos cursos presenciais, semipresenciais e virtuais e diversas são as instituições de ensino superior que oferecem cursos regulares por meio da internet.

Comentários   

0 # ADELICE OLIVEIRA DOS 25-09-2011 15:10
• Estranho em tudo isso é que, até o momento no Brasil (pelo menos), não se viabilizaram Mestrados e Doutorados Semipresenciais. Justamente, a clientela que, a rigor, õferece mais condições do estudo com autonomia. Considere-se isso em um Pais com tanta carência de Mestres e Doutores para impulsionar a Educação.
"Educação não se faz com paredes" mas, com professores qualificados (Pós-graduados). Onde os encontrar, se para fazer um Doutorado o discente terá que, teoricamente, se afastar por quatro anos, no mínimo!!
De nada adianta querer socializar e interiorizar as graduações, espalhando Universidades e Faculdades, a torto e a direito, sem aumentar a oferta (principalmente de cursos EAD) para Mestrados e Doutorados.

Contrassenso.

de ADELICE OLIVEIRA DOS SANTOS - 17/9/2011 10:13:32
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