Sexta, 31 Janeiro 2014 19:04

Palestra "Dia a Dia no Japão" na fase final do seminário

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Mauricio Waku contou algumas diferenças entre ser professor no Brasil e no Japão

koshukai00Na última quarta-feira (29), a Associação Brasileira de Ex-Bolsistas no Japão (Asebex) realizou um dos últimos eventos do seminário Koshukai, que tem o intuito de auxiliar futuros bolsistas de pós-graduação, pesquisa e aperfeiçoamento no Japão, com a palestra Dia a Dia no Japão.

No evento, os futuros bolsistas assistiram a vídeos produzidos pelos próprios organizadores do Koshukai e que vivenciaram o estágio ou estudos no Japão. Os vídeos deram dicas de transporte, de acomodações nas repúblicas estudantis, do cotidiano nas universidades e laboratórios, assim como as opções de passeios turísticos e locais de diversão e comércio.

Uma das maiores curiosidades no transporte japonês é o metrô, que é diferente do Brasil, além de contar com uma malha ferroviária muito maior que qualquer uma de nosso país: os passageiros pagam seus bilhetes de acordo com o trajeto.

Caso o passageiro desça em estações posteriores ao seu destino, é necessário pagar a diferença numa máquina ou para um funcionário do metrô, pois na saída, é necessário depositar o bilhete para liberar a catraca.

Os futuros bolsistas assistiram à palestra do ex-presidente da Asebex, Mauricio Waku. “Por mais que tenhamos feições orientais, nós somos brasileiros, e como tais, não possuímos todos os hábitos e costumes que existem no Japão. Por isso, é importante sabermos como nos adaptar num país tão diferente do nosso”, explicou.

Ao fim da palestra, Mauricio conversou com o Professornews.

Professornews  Durante o discurso, você comentou sobre liderança e humildade para obedecer a regras, e além disso, você mostrou uma certa preocupação sobre como os futuros bolsistas vão se comportar em outro país. Qual seria a melhor maneira de causar uma boa impressão?

koshukai mauricioMauricio Waku  Quando estamos em outro país, é como se fôssemos embaixadores do Brasil, pois estamos representando não só a nós mesmos, mas a toda a nação. Por exemplo, se eu estou no Japão conversando com um nativo e, de repente, cuspo no chão, a impressão que ele vai ter é que todo brasileiro possui esse hábito. Isso é um exemplo simples, mas sabemos como a maioria dos latinos não gosta muito de obedecer a regras. Precisamos ter consciência de que nem todas as regras são para evitar algo ruim, mas serve para interagirmos em certos locais e sociedades. Cabe à pessoa baixar a cabeça e ter a humildade para escolher a ação adequada.

Nos países asiáticos e, particularmente, no Japão, sabe-se que seu povo é muito tradicional e é rígido quanto às tradições, hábitos, costumes e cultura. No Brasil, chegar um pouco atrasado aos compromissos não é considerado grave. Aos descendentes de japoneses que vão para lá estudar, como se dá isso?

No Japão, o bolsista tem que se adaptar ao cumprimento de horário, pois se não, terão sua imagem prejudicada frente a professores, orientadores e grupos de estudos. Tudo no Japão é fielmente realizado de acordo com os horários pré-determinados, e quando você vivencia uma cultura desse tipo, acaba trazendo isso consigo e utilizando em seu dia a dia no Brasil.

A profissão docente é muito diferente daqui do Brasil, não?

Muito diferente. No Japão, a profissão de professor, de mestre, é altamente respeitada. As autoridades respeitam um professor e sua palavra é levada em consideração para muitas questões, como a indicação de um aluno seu para um emprego e até o seu currículo é mais valorizado, caso você atue em docência. Também há a questão da remuneração: um professor japonês ganha muito mais do que qualquer professor no Brasil.

Fotos e texto: Alexandre César

Read 2914 times Last modified on Sexta, 31 Janeiro 2014 21:24

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