Fatores primordiais são a inexperiência no trato com o dinheiro, os impulsos consumistas e a facilidade em obter crédito, que fazem com que cresça o número de jovens brasileiros endividados. Mudar essa situação, organizando as finanças, é cada vez mais difícil e, para isso, os jovens devem saber o que fazer com os primeiros salários e bolsas-auxílios.
Os jovens de até 20 anos estão começando a ter acesso efetivo a ferramentas de crédito e estão assumindo o controle de suas finanças; entretanto, em sua maioria, eles não tiveram acesso à educação financeira, o que faz com que, ao terem dinheiro nas mãos, acreditem que podem adquirir tudo que antes era impossível, utilizando parcelamento ou outras linhas de crédito que são, na verdade, dívidas.
É importante viver o presente, mas isso não impede que, já nos primeiros salários, se comece a planejar e construir o futuro com segurança, para ter a certeza de uma vida melhor, com mais qualidade e, no futuro, um aposentadoria tranquila. Para isso, é preciso uma mudança imediata na forma com que os jovens trabalham o dinheiro. É necessário aprender a planejar para realizar sonhos e objetivos, saber o quanto eles custam, quanto tempo levará para realizá-los e, principalmente, quanto dinheiro mensal será reservado.
É importante estabelecer uma relação saudável com as finanças desde cedo, porque, afinal, vivemos em uma sociedade capitalista, na qual o dinheiro é um meio para a realização pessoal. Assim, estabelecendo relações, incitando a reflexões e transmitindo conhecimentos, é importante que o jovem assuma as rédeas da própria vida financeira, por meio de um modo simples e eficaz de lidar com o dinheiro, que é priorizando os sonhos. Por isso, elaborei orientações para os jovens ficarem sem dívidas:
Ciclo da Vida sem Dívidas
Diagnosticar
Fazer um diagnóstico financeiro anualmente
Distinguir o que é essencial e o que é supérfluo
Combater o analfabetismo financeiro
Saber o que é consumismo
Avaliar criticamente o marketing publicitário
Tomar cuidado com o crédito fácil
Sonhar
Ter, no mínimo, três sonhos: de curto, médio e longo prazos
Saber a diferença entre desejo imediato e sonho verdadeiro
Definir prazos para realizar cada sonho
Priorizar sonhos no orçamento
Guardar sempre dinheiro para cada um dos sonhos
Orçar
Gastar menos do que ganha
Adotar modelo de orçamento que priorize o sonho
Ter sempre uma reserva para uma situação de emergência
Comprar sempre à vista e pedir descontos
Evitar compras realizadas em muitas parcelas
Viver sempre respeitando o orçamento
Poupar
Poupar mensalmente parte do que ganha para os sonhos
Evitar pagamento de juros do cheque especial, cartão de crédito e de financiamentos
Investir de acordo com o tempo de realização dos sonhos
Dar preferência para investimentos de baixo risco
Respeitar o dinheiro, poupando tanto quanto for possível
(*) Reinaldo Domingos é educador e terapeuta financeiro, presidente da DSOP Educação Financeira, Abefin e Editora DSOP, autor do best-seller Terapia Financeira, dos lançamentos Papo Empreendedor e Sabedoria Financeira, entre outras obras.