Harbisson nasceu com uma deficiência visual chamada acromatpsia, que o fazia apenas identificar as cores branca, preta e tons de cinza. "Tinha dificuldades na escola para identificar mapas, pessoas e bandeiras", afirmou. A solução foi usar um olho eletrônico, mas a versão de 2004 pesava 5 kg e era necessário transportá-lo numa mochila. O equipamento permitia-lhe identificar as cores através de sons de bipes mais graves ou agudos.
Mas na sua 10ª versão, Neil Harbisson consegue usar o aparelho numa tiara presa à cabeça, pesando apenas alguns gramas. O aparelho que parece uma webcam possui um chip instalado em sua nuca e consegue captar até 360 tons de cores. "Quando entro em um ambiente, ouço a cor predominante. Depois, é preciso focar individualmente os objetos para ouvir as outras cores", disse.
O inglês, que é presidente da Fundação Cyborg, de defesa dos direitos dos homens-máquina, também contou que o reconhecimento como ciborgue pelo parlamento inglês aconteceu em 2004, após confirmação do laudo médico de que, mesmo sendo um aparelho externo, o olho eletrônico era vital para ele. Ainda em 2004, Harbisson tirou seu passaporte, com uma foto em que aparece com o olho eletrônico.
Agora, o ciborgue irá conhecer um projeto da UPE em que o aparelho transforma a linguagem das mãos dos deficientes auditivos em sons e letras, e que deverá ficar pronto em dezembro.
Fonte: Fábio Guibu (Folha.com)