“No dia 14 de agosto de 1873, Visgueiro executou o crime que já tinha preparado há algum tempo. Mariquinhas foi atraída a casa dele por volta das 14 horas e estava acompanhada de Thereza de Jesus Lacerda, com quem morava. Foram servidos doces e, em seguida, Visgueiro manifestou a vontade de conversar a sós com a moça. Pretextou ter um presente a lhe dar. Mariquinhas deve ter pressentido algo de estranho, pois puxou o vestido da amiga, demonstrando que pretendia ficar com ela. No entanto, as duas acabaram se separando e marcando um encontro para o jantar.”
“Mariquinhas era moça, quase menina, quando sua mãe incitou-a à prostituição, como forma de ganhar a vida. Os relatos processuais comprovam que Mariquinhas era muito pobre. O apelido de “Devassa” denotava preconceito profundo, ainda mais porque dado a uma menina de 15 anos, levada a fazer o que fazia pelas circunstâncias da vida.”
Lançado pela editora Saraiva – LuizaNagib Eluf, 6ª edição, 2013, 264 p., R$ 64,00 – o livro tem uma narrativa envolvente e traz 14 casos de crimes de morte cometidos por homens e dois homicídios praticados por mulheres, todos sob a justificativa da paixão. Em ordem cronológica, são relatados casos de grande repercussão no País, entre eles o assassinato do pintor Almeida Júnior, o do escritor Euclides da Cunha, o da socialite Ângela Diniz, o da cantora Eliane de Grammont, o da atriz Daniella Perez, o da jornalista Sandra Gomide, vítima de Antônio Marcos Pimenta Neves, o de Eloá Cristina Pimentel, pelo jovem Lindemberg Alves e a morte de Mércia Nakashima.
Sobre a autora:
Luiza Nagib Eluf é Procuradora de Justiça do Ministério Público do Estado de São Paulo.