Na primeira parte da obra, Salo de Carvalho apresenta um diagnóstico das formas de ensino e aprendizado, apontando os limites da racionalidade ortodoxa nas Ciências Criminais. O estudo é seguido por dois ensaios que estabelecem um diálogo entre ciência (criminológica) e saber profano.

Na segunda parte do antimanual, seguindo a tradição da Criminologia Crítica, as Ciências Criminais são tomadas como objeto de investigação. Elas são direcionadas à crítica da matriz inquisitória do Processo Penal, à demonstração do narcisismo que fundamenta o Direito Penal, à análise do idealismo que orienta a Política Criminal, à desconstrução das teorias de legitimação da pena, à percepção das rupturas provocadas pela Antipsiquiatria no Direito Penal e na Criminologia e à exposição dos limites do próprio saber criminológico.

A terceira parte do livro dedica-se às aberturas transdisciplinares. Nesse momento, propõem-se diálogos entre a Criminologia, a Filosofia, a Leitura e a Psicanálise.

Essa obra demonstra que a edificação do Sistema Penal moderno, em sua forma científica e institucional, provocou o efeito oposto ao seu objetivo declarado (oficial), ou seja, em vez de anular, potencializou a violência e a barbárie. Trata-se de um convite à reflexão sobre os mecanismos científicos da jurisdição e os institucionais de atuação do Sistema Penal.

Sobre o autor:

Salo de Carvalho é pós-doutor em Criminologia pela Universitat Pompeu Fabra (Barcelona). Doutor pela Universidade Federal do Paraná (UFPR) e mestre pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) em Direito. Editor do AntiBlog de Criminologia.