Lee Anderson, que teve acesso aos diários do guerrilheiro argentino, garante que o governo cubano castrou parte do texto, que continha dois trechos que narram duas execuções praticadas por Che Guevara. Esses fatos também foram retirados da nova edição do famoso livro Diário de um Combatente, lançado no ano passado em Cuba e este ano no Brasil, pela Editora Planeta. O Centro de Estudos Che Guevara é administrado por Aleida March, viúva do revolucionário. Uma das execuções é a de Eutimio Guerra, considerado o primeiro traidor do movimento revolucionário.
“É lamentável. À lupa da história, a execução de Eutimio foi um momento super importante. Foi o tiro que demonstrava que a revolução era para valer. Não sei o que temem. Foi um crime? Não foi um crime. Isso é o que se faz em uma guerra. Não é bonito, mas acontece. A partir desse momento, se endurece a revolução e se começa a usar a lógica clássica das guerrilhas”, afirmou o escritor. Para Anderson, o governo cubano deveria ter tido mais cuidado com a história de seu país.
Fonte: Flávia Marreiro (Folha.com)