Não é fácil identificar um bom professor, porém estudos estatísticos demonstram alguns indícios: experiência em sala de aula, assiduidade, tem boas notas em testes padronizados, estudaram em universidades mais competitivas e tem habilidade em comunicação.

Um estudo patrocinado pela fundação Bill & Melinda Gates, com milhares de professores e alunos, em sete distritos escolares americanos, ao longo de três anos, criou três itens para identificar professores competentes: observação de professores em sala de aula, questionários preenchidos pelos alunos e ganhos dos alunos em testes padronizados (similares ao nosso Enem ou Prova Brasil).

Na pesquisa conduzida, vários cuidados foram tomados para que se pudesse isolar a qualidade do professor, controlando uma série de variáveis relativas aos alunos, como, por exemplo, a classe social e a situação familiar.

Os resultados foram surpreendentes, os professores que foram considerados bons segundo análise da observação, foram os mesmos cujos alunos avaliaram através dos questionários e suas turmas tiveram boa qualificação em testes padronizados. Os mesmos profissionais continuaram sendo bons ensinando a turmas aleatoriamente escolhidas em anos posteriores.

Nada é definitivo, ainda mais se tratando de um estudo realizado por uma fundação, mas podemos observar que o modelo de contratação e premiação atual é questionável, pois contrata-se um professor através da aprovação num concurso e depois se esquece dele em sala de aula, deixando atuar como bem entender e promovendo-o por estudo e experiência.

Segundo o economista Gustavo Ioschpe, autor deste artigo, precisa-se encontrar e premiar nossos bons professores e tirar os maus profissionais da sala de aula, para podermos sair do marasmo.

Fonte: Gustavo Ioschpe (Revista Veja, 13/02/2013)