Sexta, 02 Março 2012 00:00

MPF quer tirar de circulação o dicionário Houaiss

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O dicionário pode ter venda suspensa

dicionario2011112191 webAcusado de conter expressões pejorativas e preconceituosas à etnia cigana, o Dicionário Houaiss, um dos mais conceituados no Brasil, pode ter sua venda proibida nas livrarias, após o Ministério Público Federal (MPF) entrar com uma ação na Justiça Federal de Uberlândia (MG).

Segundo o MPF, o dicionário mostra racismo ao definir os ciganos, além de não ter aceitado as sugestões de mudar o texto, como já tinham feito as editoras Melhoramentos e Globo com seus dicionários.

"Ao se ler em um dicionário, por sinal extremamente bem conceituado, que a nomenclatura cigano significa aquele que trapaceia, velhaco, entre outras coisas do gênero, ainda que se deixe expresso que é uma linguagem pejorativa, ou que se trata de acepções carregadas de preconceito ou xenofobia, fica claro o caráter discriminatório assumido pela publicação. Trata-se de um dicionário. Ninguém duvida da veracidade do que ali encontra. Sequer questiona. Aquele sentido, extremamente pejorativo, será internalizado, levando à formação de uma postura interna pré-concebida em relação a uma etnia que deveria, por força de lei, ser respeitada”, disse o procurador do MPF Cléber Eustáquio Neves.

Hoje, no Brasil, existem cerca de 600 mil ciganos. Em 2009, a Procuradoria da República havia recebido uma representação de um cidadão de origem cigana que acusava os dicionários de preconceito contra sua etnia. A partir daí, petições de mudanças no verbete foram enviados às editoras, o que foi aceito pelas editoras, excetuando-se o Houaiss. De acordo com a Editora Objetiva, responsável pela publicação do dicionário, a editora não pode fazer alterações, porque o livro é editado pelo Instituto Antônio Houaiss.

Caso a Justiça acate o pedido do procurador Cléber Eustáquio Neves, o dicionário Houaiss terá sua impressão, circulação e vendas suspensas. Além disso, o MPF requisitou à Justiça que a Editora Objetiva e o Instituto Antônio Houaiss sejam penalizados a pagarem uma indenização de R$ 200 mil por danos morais e coletivos. A Justiça ainda não se pronunciou sobre o caso.

Fonte: UOL

 

Read 5493 times Last modified on Domingo, 04 Março 2012 21:11

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