Sinais dos novos tempos, o termo “estafa” deu lugar para a terminologia inglesa “stress”, mas seus efeitos continuam os mesmos, e parece que nunca foram debatidos, pelo menos na Educação. A especialista explicou as causas da síndrome do estresse pós-traumático.
“O fator estressante tem de ser considerado muito grave para a maioria dos seres humanos. Essas reações ocorrem depois de guerras, estupros, ocorrências de violência doméstica, assaltos, sequestros ou qualquer episódio de agressão em que você se sinta ameaçado”, disse.
Vera Lemgruber também comentou como a doença aparece. “A reação do paciente envolve três aspectos. O primeiro é o flashback. A pessoa revive a ameaça como se ela estivesse acontecendo de novo. É o caso de um ex-combatente de guerra que revive a batalha ao ouvir um estrondo qualquer. O segundo é uma reação muito forte do sistema nervoso, que provoca uma descarga de adrenalina e também a elevação de batimentos cardíacos, tremores, sensação de desmaio. É como se a pessoa estivesse tendo um ataque de pânico. E o terceiro é o ensimesmamento, em que a pessoa se retrai socialmente”, acrescentou.
No caso dos nove professores que apresentaram problemas de estresse, a especialista aponta o alto grau de responsabilidade no trabalho, sem um retorno considerável.
“As condições na escola não são favoráveis. Elas sofrem com um estresse muito grande. Algumas profissionais são mais sensíveis a isso. São anos de sofrimento. É como o jovem que trabalha no mercado financeiro. Ele vive estressado, mas tem recompensa financeira, enquanto o professor não tem dinheiro, não tem formas de compensações, como viajar nas férias. O Estado poderia minimizar o sofrimento. Se eles tivessem respeito e reconhecimento da sociedade, se os colégios fossem mais decentes, elas ficariam melhores. Mas vai chegando a um ponto em que fica tudo insuportável. E aí, elas adoecem”, finalizou.
Fonte: Estadão.com.br