Ao contrário de outras áreas, o setor de educação superior privada do país não vem sofrendo com as agruras da inadimplência. Na última quarta-feira (8), os grupos Anhanguera e Estácio divulgaram o seus balanços, que apontaram crescimento nos lucros.A legislação não permite que estudantes com pagamentos em atraso sejam expulsos no período letivo e os juros para quitação de valores pendentes são, relativamente, baixos. Esses fatores fazem com que as instituições de ensino tornem-se um alvo fácil para atrasos das mensalidades.
A Anhanguera registrou provisão para débitos duvidosos (PDD) no valor de R$ 27,3 milhões, no segundo trimestre, que corresponde a 6,8% da receita líquida. Em 2011, no mesmo período, apontou um percentual de 5,8%.
“Esse pequeno aumento na PDD reflete o atual cenário econômico, mas não está fora dos nossos padrões e projeções”, disse Ricardo Scavazza, presidente da Anhanguera.
Já na Estácio, houve um aumento de 6% para 8,8% da receita líquida na taxa de provisão do segundo trimestre. O aumento do PDD deveu-se à elevação da inadimplência dos estudantes no último semestre do ano passado.
“Fomos bem rigorosos com alunos inadimplentes. Pela primeira vez, negativamos alunos que ainda estavam matriculados. Com isso, a evasão aumentou. A contrapartida dessa política é que tivemos neste primeiro semestre um fluxo de caixa de R$ 38,2 milhões. No mesmo período do ano passado, nosso fluxo era negativo de R$ 38 milhões”, relatou Rogério Melzi, presidente da Estácio.
Fonte: Beth Koike (Jornal Valor Econômico – 09.08.2012)
