Quarta, 09 Mai 2012 00:00

Spike Lee vem ao Brasil e defende quotas raciais

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Cineasta está produzindo um documentário sobre o desenvolvimento do país

cinema1O cineasta Spike Lee, diretor de obras como: Faça a Coisa Certa, Malcom X e O Verão de Sam, esteve no Brasil na última semana de abril, para dar início ao seu documentário Go, Brasil, Go (Vai, Brasil, Vai). Numa entrevista ao jornal Estado de S. Paulo, disse que era a favor do sistema de quotas raciais nas universidades públicas brasileiras.

Indagado sobre o porquê de ter escolhido o Brasil para as filmagens, Lee respondeu: "Inicialmente a ideia era filmar outro país. Mas a gente repensou e, diante do momento que o Brasil está passando, tanta história acontecendo neste momento, primeira mulher presidente, tornando-se uma potência mundial, preparando-se para a Copa, as Olimpíadas... E eu gosto do Brasil. É motivo suficiente, não"?

No prazo de uma semana, o cineasta percorreu Brasília, São Paulo e Rio de Janeiro, onde começou a filmar as entrevistas para o documentário. Entre as personalidades, sua equipe filmou o ex-presidente Lula, a presidenta Dilma Rousseff, o ministro do Supremo Tribunal Federal Joaquim Barbosa, além de artistas e outras personalidades conhecidas, como Gilberto Gil, Lázaro Ramos, Emanoel Araújo, Tom Zé e Neymar. Até pela lista de entrevistados, desconfiou-se que Spike Lee faria mais um filme sobre problemas raciais e exclusão do negro na sociedade, como é de praxe em suas obras. Entretanto, disse que o tema não era o foco principal.

"Claro que vai falar desta questão. Mas não vai ser sobre isso. Tampouco vai ser um filme da câmara de comércio brasileira. Vai ser equilibrado, ter o lado bom e ruim", afirmou o diretor. Sobre o sistema de quotas raciais nas universidades públicas, Lee disse que é completamente a favor. "Há um erro de avaliação de quem é contra. Não é que vão buscar negros desqualificados na favela para entrar na universidade. Vão pegar os qualificados e aí sim colocá-los na escola".

O diretor, inclusive, citou os Estados Unidos como país que está mais adiantado em relação ao Brasil nesse tema. "Os dois países tiveram escravidão, mas acho que os EUA estão uns 20 anos à frente nesta questão". No dia 30 de abril, Lee voltou a Nova York com sua equipe, e deverá voltar para o término das filmagens em julho.

Fonte: Flávia Guerra (Estadão.com.br)

Read 1891 times Last modified on Sexta, 04 Mai 2012 15:57

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