Na quarta-feira da semana passada (21), a Universidade São Marcos foi despejada da sua unidade do Ipiranga, Zona Sul de São Paulo, devido aos aluguéis atrasados do campus. Até o fechamento desta edição, os quase 2.000 alunos da sede ainda não foram oficialmente notificados e ainda não se sabe para onde serão encaminhados. Especula-se que uma opção seria o campus ABC da universidade, a 6 km dos prédios do Ipiranga, mas ainda precisa ser reformado. O despejo se deu porque a São Marcos estava com cinco anos de débito com a Congregação das Irmãzinhas da Imaculada Conceição, numa dívida de R$ 3 milhões em aluguéis atrasados, conforme informou o advogado da irmandade, Carlos Henrique Braga. A congregação religiosa é dona dos três prédios que representavam a unidade Ipiranga. A universidade ainda sofre com dívidas trabalhistas.
Por conta disso, a Justiça do Trabalho indicou o interventor Carlos Roberto Galli como diretor da universidade e encontrar meios de quitar as dívidas. No entanto, o reitor Ernani de Paula acusou o interventor de, intencionalmente, não pagar as contas. "Ele faz parte de uma quadrilha que quer vender a universidade e, para isso, tenta deixar a situação insustentável”, afirmou.
Carlos Galli defendeu-se, dizendo que a irmandade e a universidade firmaram um acordo em 2010, para que as dívidas fossem pagas em parcelas, mas que o reitor deixou de quitá-las antes da intervenção, e isso acarretou na ordem de despejo.
Por conta da situação, a congregação afirmou que só receberá a dívida à vista, mas a Justiça do Trabalho alegou que a universidade não pode arcar com toda a soma. A ordem de despejo foi lavrada pela 1ª Vara Cível do Ipiranga no dia 25 de novembro, mas só foi cumprida na semana passada porque era preciso esperar o fim do ano letivo.
Fonte: Fábio Takahashi e Talita Bedinelli (Folha.com)
