As duas instituições apoiarão pesquisa avançada nas áreas de Medicina Veterinária e Biologia Sintética
A Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo, FAPESP, e a Agilent Technologies Brasil, concluíram a seleção de projetos apresentados em resposta a Chamada de Propostas de Pesquisa (CPP) divulgada em março deste ano. Esta segunda CPP do Acordo de Cooperação em Pesquisa firmado em agosto de 2011 entre as duas instituições procurou identificar e apoiar projetos de pesquisa avançada em instrumentação e técnicas de medição relacionadas à segurança alimentar e à biologia sintética.
Os dois projetos selecionados seguem as normas do Programa de Apoio à Pesquisa em Parceira para Inovação Tecnológica, da FAPESP, e serão coordenados pelos pesquisadores Felix Guillermo Reyes Reyes, professor da Faculdade de Engenharia de Alimentos da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), e Aparecida Maria Fontes, do Departamento de Genética da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (USP).
Responsável pela realização de pesquisas voltadas para o avanço da piscicultura no Brasil, Reyes busca o desenvolvimento e validação de métodos analíticos para verificar e quantificar a presença de fármacos utilizados no tratamento preventivo de doenças em peixes criados em cativeiro para consumo humano.
O projeto visa estudar em espécies de peixes exóticas (tilápia do nilo) e nativas do Brasil (tambaqui, pacu), que são de importância comercial, os medicamentos antimicrobianos atualmente em uso no Brasil, assim como aqueles usados por criadores no exterior. Numa etapa posterior, a pesquisa vai investigar novos fármacos para tratamento profilático mais eficiente, em parceria com a Embrapa e o Centro de Aquicultura da Universidade Estadual Paulista (Caunesp), e prevê o registro de patentes desses produtos.
O projeto coordenado pela professora Aparecida Maria Fontes irá recorrer a técnicas da Biologia Sintética para produzir o primeiro biofármaco brasileiro para reposição da enzima beta-glicosidase – responsável pela digestão de lipídeos acumulados na membrana das células – ausente ou inativa em pacientes portadores da Doença de Gaucher, que compromete o funcionamento de órgãos como a medula óssea, o fígado e o baço, além do sistema nervoso central.
“Os projetos cofinanciados pela FAPESP e pela Agilent propõem pesquisa avançada, e são importantes para o desenvolvimento científico e tecnológico do Estado de São Paulo”, diz Carlos Henrique de Brito Cruz, diretor científico da FAPESP. “É uma oportunidade para que pesquisadores em atividade no Estado colaborem em pesquisas relacionadas à instrumentação científica com pesquisadores de uma empresa com tradição importante na área”.
O total de recursos disponível para atender as propostas selecionadas na chamada é equivalente a R$ 1,6 milhão, dividido igualmente entre FAPESP e Agilent. Os critérios para aprovação de projetos consideram abordagens originais e não convencionais e o potencial de criação de conhecimento para lidar com desafios científicos e tecnológicos.
As propostas aprovadas serão desenvolvidas em prazo de até 36 meses e foram formuladas segundo as normas PITE, criado pela FAPESP em 1995. Os projetos cofinanciados buscam tecnologias sustentáveis com impacto econômico e serão desenvolvidos em instituições acadêmicas ou institutos de pesquisa, em cooperação com pesquisadores de centros de pesquisa da empresa.
Dois outros projetos apoiados no âmbito do Acordo FAPESP-Agilent Technologies desenvolvem desde julho de 2012 pesquisas no Instituto de Biologia da Unicamp e na Faculdade de Ciências Farmacêuticas da USP, nas áreas de Botânica/Fisiologia Vegetal e Química Orgânica. As pesquisas tratam do efeito combinado de baixas e altas temperaturas e o aumento dos níveis de CO2 na atmosfera sobre o eucalipto das espécies Eucalyptus grandis e Eucalyptus globulus; e dos efeitos de compostos orgânicos sobre cianobactérias (algas) tóxicas em ambientes aquáticos nas regiões Nordeste, Centro-Leste, Sudeste e Sul do Brasil.
A Agilent é a principal empresa do mundo em medição analítica e uma das principais em tecnologia para análises químicas, biociências, eletrônica e comunicações. Os 20.500 funcionários da empresa estão a serviço de clientes em mais de 100 países. No ano fiscal de 2012, a Agilent apresentou ganhos líquidos de US$ 6,9 bilhões.
Mais informações sobre a Agilent podem ser acessadas em www.agilent.com.
Fonte: Assessoria de Imprensa da Agilent (SPMJ Comunicações)