Canto da Chuva (xvii): professor se vê depressivo e busca apoio de uma aluna

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A edição do Canto da Chuva desta semana traz um drama sobre um professor que consegue ser querido por seus alunos, mas que não consegue ser feliz na vida pessoal, buscando por isso ajuda com uma aluna problemática; um filme sobre o amor de uma imigrante chinesa em Paris e um jovem francês, mas que o relacionamento começa a ficar conturbado; dica de um livro sobre gestão de empresas e pessoas; uma crônica de Luis Fernando Veríssimo; e uma piada para descontrair seu dia.

CLAQUETE: Half Nelson (Half Nelson – EUA, 2006)

Drama que conta a estória de Dan Dunne (Ryan Gosling), professor de uma escola secundária na periferia do Brooklyn. Dan é um homem que vive desiludido e triste com o mundo, mas mesmo assim, consegue passar outra imagem para os amigos e no trabalho. De forma extraordinária, consegue que seus alunos se interessem por um exercício que aborda os direitos conquistados após a Guerra Civil (1861-1865). No entanto, a depressão de Dan faz com que ele se entregue às drogas, mesmo mantendo-se focado na missão de educar seus alunos e manter viva as suas relações de amizade. Um dia, Dan se vê num problema extremo, quando Drey (Shareeka Epps), uma de suas alunas, o flagra drogado depois de uma aula. Consternado por ser um ser solitário, Dan vai encontrando um suporte nesta aluna, mas aí as consequências são imprevisíveis. Half Nelson tem roteiro escrito por Anna Boden e Ryan Fleck, que também dirige.

EM CARTAZ: Amor e Dor (Love and Bruises – China – França, 2011)

Estória que conta a relação de amor entre a chinesa que mora em Paris, Hua (Corinne Yam) e jovem francês Mathieu (Tahar Rahim). Como em todo namoro, o romance começa bem para o casal; no entanto, os dois começam a se desentender e não demoram a trocar ofensas físicas e verbais. Por conta disso, Hua decide abandonar a Cidade Luz e voltar para Pequim. Mas seu coração diz o contrário e ela passa a se indagar se viver com Mathieu é mais importante do que regressar à sua pátria. Amor e Dor tem roteiro assinado por Liu Jie Falin e Lou Ye, que também dirige. Veja onde o filme será exibido na sua região, no site Guia da Semana.

PAPIRO: Gestão de Pessoas em Empresas Inovadoras (Jean Pierre Marras. Editora Saraiva, 208 p.). Até pouco tempo atrás, o setor de Recursos Humanos vinha a reboque de outras duas áreas dentro de uma empresa: a física e a financeira. Atualmente, com a mudança de paradigma na ordem social, a gestão de pessoas tem de escolher entre os valores mecanicistas do passado e um novo modelo estratégico. Entenda o que isso significa para o profissional, para a empresa e para você, neste livro que contempla: Os mitos que até hoje povoam o âmbito dos Recursos Humanos; Os impactos da globalização na relação entre capital e trabalho; A metamorfose ocorrida nas organizações brasileiras nas últimas décadas; Os significados da nova cultura corporativa.

UM POUCO DE CULTURA: A Decadência do Ocidente

O doutor ganhou uma galinha viva e chegou em casa com ela, para a alegria de toda a família. O filho mais moço, inclusive, nunca tinha visto uma galinha viva de perto. Já tinha até um nome para ela – Margarete – planos para adotá-la, enquanto ouvia do pai que a galinha seria, obviamente comida.

– Comida?!

– Sim, senhor.

– Mas se come ela?

– Ué. Você está cansado de comer galinha.

– Mas a galinha que a gente come é igual a esta aqui?

– Claro.

Na verdade, o guri gostava muito de peito, de coxa, de asa, mas nunca tinha ligado para as partes do animal. Ainda mais aquele animal vivo ali no meio do apartamento. O doutor disse que queria a galinha ao molho pardo. Há anos que não comia uma galinha ao molho pardo. A empregada sabia como se preparava uma galinha ao molho pardo? A mulher foi consultar a empregada. Dali a pouco o doutor ouviu um grito de horror vindo da cozinha. Depois veio a mulher dizer que ele esquecesse a galinha ao molho pardo.

– A empregada não sabe fazer?

– Não só não sabe fazer, como quase desmaiou quando eu disse que precisava cortar o pescoço da galinha. Nunca cortou um pescoço de galinha.

Era o cúmulo. Então a mulher que cortasse o pescoço da galinha.

– Eu?! Não mesmo!

O doutor lembrou-se de uma velha empregada de sua mãe. A dona Noca. Não só cortava pescoços de galinhas, como fazia isto com uma certa alegria assassina. A solução era a dona Noca.

– A dona Noca já morreu – disse a mulher.

– O quê?!

– Há dez anos.

– Não é possível! A última galinha ao molho pardo que comi foi feita por ela.

– Então faz mais de dez anos que você não come galinha ao molho pardo.

Alguém no edifício se disporia a degolar a galinha. Fizeram uma rápida enquete entre os vizinhos. Ninguém se animava a cortar o pescoço da galinha. Nem o Rogerinho do 701, que fazia coisas inomináveis com os gatos.

– Somos uma civilização de frouxos! – sentenciou o doutor.

Foi para o poço do edifício e repetiu:

– Frouxos! Perdemos o contato com o barro da vida!

E a Margarete, só olhando.

Crônica de autoria do escritor sul-rio-grandense Luis Fernando Veríssimo. Texto que todo professor leu na escola, seja para seus alunos, ora para ele mesmo na época de estudante. Com certeza, um escrito que poderá trazer reflexões, lembranças e talvez melancolia para quem já passou por algo semelhante.

PIADAS E ANEDOTAS:

Uma professora começa a fazer uma série de perguntas aos alunos, que pouco estão interessados o que diz a mestra. Eis que chega a vez de Juquinha.

- Juquinha, me diga que termo se usa para uma pessoa que fala, fala, mas que ninguém está ligando para o que ela diz?

E Juquinha fazendo ar de bobo.

- Hmmm, “professora...”?

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