Canto da Chuva (vi): professor cai em tentação

Este é o local para balançar o pó de giz

A edição do Canto da Chuva desta semana traz um drama que revelou Marlene Dietrich; uma comédia que fala da eterna guerra dos sexos; dica de um livro que ensina a lidar com Estatística; uma música que reflete o racismo nos Estados Unidos no início do século; e uma piada para descontrair seu dia.


CLAQUETE: O Anjo Azul (Der Blaue Engel – Alemanha, 1930)

Antológico do gênero. A trama conta a estória de Immanuel Rath (Emil Jannings), professor rigoroso e muito respeitado por seus alunos. Um dia, nota os estudantes trocando cartões postais com a foto da sensual cantora da boate Anjo Azul, Lola-Lola (Marlene Dietrich). Julgando-se defensor da moral e dos bons costumes, Rath vai ao Anjo Azul para tentar flagrar alguns de seus alunos que teriam ousado ir ao clube noturno. Intrigado com o ambiente em que nunca estivera, Rath se vê extasiado por Lola, quando ela entra no palco vestindo meias compridas, cinta-liga, salto alto, corpete e cartola. A partir daí, o professor esquece os motivos que o levaram até lá, e sua decisão de tornar-se frequentador assíduo do Anjo Azul mudará completamente a sua vida. Até então quase uma desconhecida, Marlene Dietrich despontou para o mundo do cinema como uma das maiores atrizes de sua época, além de ser uma mulher exuberante, dentro e fora das telas. Em situação diferente, Emil Jannings era um famoso ator suíço que podia dar-se o luxo de escolher seus papéis e, além disso, recebera o Oscar em 1928. Na ocasião do filme, Jannings planejava atuar num filme biográfico de Rasputin, mas foi convencido a mudar de ideia. O Anjo Azul é baseado no livro de Heinrich Mann, e o roteiro é de Carl Zuckmayer, Karl Vollmöller e Robert Liebmann. A direção é de Josef von Sternberg.


EM CARTAZ: A Fonte das Mulheres (La Source des Femmes – França-Bélgica-Itália, 2011)

Comédia divertida, que mais uma vez trata da guerra dos sexos. Numa vila entre o Norte da África e o Oriente Médio, as mulheres precisam subir até o topo de uma montanha para conseguirem água, que fica numa nascente. O trabalho é árduo e muito desgastante, visto que precisam levar pesados vasilhames e fazer o caminho de volta debaixo de um sol abrasador. No entanto, a jovem Leila (Leïla Bekhti) organiza uma “revolta” com todas as mulheres que impõem que os homens passem a trazer a água ou nada de sexo, afagos, abraços e beijos. O roteiro é de Alain-Michel Blanc e Radu Mihaileanu, que também dirige a obra. Veja onde o filme vai passar na sua região no site Guia da Semana.


PAPIRO: Estatística Sem Dor!!

A dica de livros dessa semana é Estatística Sem Dor, de Gilson Volpato e Rodrigo Barreto (Editora Best Writing, 66 p.). A estatística está presente em vários aspectos da vida profissional e, pensando nisso, os autores fizeram uma abordagem para fácil entendimento dos leitores. A obra conceitua ferramentas informações para entender o pano de fundo do assunto, além das ferramentas descritivas e as de teste de hipóteses. Uma das características é saber analisar os resultados de um teste de pesquisa quantitativa que a pessoa tenha feito.

 

UM MOMENTO DE CULTURA: Strange Fruit

Southern trees bear strange fruit

Blood on the leaves and blood at the root

Black bodies swinging in the southern breeze

Strange fruit hanging from the poplar trees

Pastoral scene of the gallant south

Of the bulging eyes and the twisted mouth

Scent of magnolias, sweet and fresh

Then the sudden smell of burning flesh

Here is fruit for the crows to pluck

For the rain to gather, for the wind to suck

For the sun to rot, for the trees to drop

Here is a strange and bitter crop

Strange Fruit, poema escrito pelo professor Abel Meeropol, publicado na revista A Professora de Nova York, em 1936, demonstra a realidade do Sul dos Estados Unidos no começo do século XX, quando grupos racistas linchavam e enforcavam afro-descendentes nas árvores. O poema foi depois musicado por Danny Mendelsohn & Sonny White, e interpretado por Billie Holiday e Nina Simone. Conta-se que Billie Holiday chorava sempre que interpretava essa canção. Para ver a versão traduzida do poema, acesse o site Blues de Raiz.


PIADAS E ANEDOTAS:

Juquinha faz um alerta à sua professora.

- Professora, cuidado com o meu pai, ele é perigoso...

- Ué, e por que eu tenho que tomar cuidado, Juquinha? Indaga a professora.

- Porque ele disse que se eu não passasse de ano, alguém iria levar uma surra...

Adicionar comentário


Conteúdo Relacionado