Atualização sobre avaliação econômica e cálculo do valor justo - 69ª. edição

Atualização sobre avaliação econômica e cálculo do valor justo
69ª. edição – Abril de 2018.

Os assuntos de abril:

- Você sabe a diferença entre um laudo de avaliação e de um estudo de valor? E a diferença entre preço e valor?

- Quanto custa o capital?

Boa leitura!

Você sabe a diferença entre um laudo de avaliação e um estudo de valor? E a diferença entre preço e valor? 

Um laudo de avaliação econômico-financeira, ou laudo de valor justo (laudo de avaliação), usualmente é elaborado de forma independente, por um profissional de avaliação, para atender a um regulamento, legislação, norma etc. Portanto, cada laudo é especifico para o fim e público a que se destina, não sendo comum laudos que atendam a diferentes propósitos.

O laudo de avaliação não se confunde com assessoria para uma eventual transação de qualquer natureza e, portanto, não deve ser utilizado para esse fim. O laudo de avaliação apresenta o valor obtido, seguindo as regras para a sua elaboração e um conjunto de premissas que devem ser claramente descritas para permitir ao leitor o seu completo entendimento.

A responsabilidade do avaliador nesse tipo de trabalho é compilar a informação recebida utilizando as melhores técnicas aceitas no mercado. Não faz parte do trabalho do avaliador analisar a adequação do laudo ao propósito a que se destina, visto que essa responsabilidade é do assessor fiscal/legal.

Já o estudo de valor é elaborado pelo assessor financeiro ou pelo executivo do negócio como um subsídio para iniciar as discussões de uma eventual transação ou investimento. Portanto são elaborados para atender ao interesse específico do contratante, seja o comprador ou vendedor, dentro das melhores práticas de mercado, mas não necessariamente para atender a normas legais. Dessa forma, o estudo de valor tem caráter pessoal para o destinatário e reflete a estratégia frente ao negócio em análise.

preço é o montante final que as partes negociadoras utilizam para concluir uma transação. O preço reflete as condições negociadas que incluem, entre outras, a forma de pagamento, direitos e deveres futuros, garantias etc., bem como a percepção de valor do negócio e o número de interessados na transação em si. Portanto, o preço é consequência de uma transação efetiva e concluída.

Diferentemente, o valor representa um potencial do negócio considerando as premissas utilizadas em seu cálculo. O valor pode ser balizado por uma ou mais transações de mercado, ou por negociações em mercados organizados, mas não reflete nenhuma transação de compra e venda específica e real.

Por isso, quando da contratação de uma avaliação, é preciso estar bem claro tanto para o contratante, como para o profissional de avaliação, qual o objetivo do trabalho.

 

Quanto custa o capital?

O custo de capital é um dos assuntos campeões de audiência para investidores, avaliadores, profissionais de M&A (Mergers and Acquisitions) e outros. Por isso, constantemente, são publicados novos trabalhos sobre esse tema. Afinal, um dos maiores desafios é saber qual o custo de capital a ser aplicado a uma análise prospectiva. Ou seja, qual o custo de capital para os próximos anos? Quanto custa o capital?

Anualmente, desde 2007, a Pepperdine University publica o Private Capital Markets Report, que apresenta o resultado da pesquisa sobre o custo de capital para empresas de capital fechado nos Estados Unidos. Essa pesquisa é direcionada aos provedores de capital para esse tipo de empresa naquele país: financiadores, bancos, fundo de private equity, fundo de venture capital, investidores-anjo, acionistas (investidores/empreendedores) etc. A conclusão geral do trabalho indica que o custo de capital para empresas de capital fechado varia de acordo com o tipo de capital obtido, o tamanho do negócio e os riscos assumidos pelo provedor de capital.

Os valores observados para o retorno desejado vão de 3% a 5% ao ano demandados pelos bancos  em empréstimos corporativos padrão, até 35% a 55% ao ano por investidores-anjo.

A pesquisa incluiu também os profissionais de avaliação e obteve 164 respondentes nessa categoria. Além de responder sobre custo de capital, também apresentaram alguns outros pontos interessantes:

  1. as principais dificuldades das empresas de capital fechado são relacionadas ao atendimento a questões fiscais e regulatórias;
  2. os principais métodos de avaliação utilizados para empresas de capital fechado são: fluxo de caixa descontado (36%), capitalização de lucros (27%) e múltiplos de mercado (15%).

Por fim, a pesquisa ouviu mais de 700 empreendedores (usuários dos financiamentos), dos quais 74% possuem receita liquida anual inferior a US$5 milhões. E a pesquisa mostra os seguintes resultados:

  1. existem respondentes em todos os 52 estados naquele país;
  2. a maior preocupação é com impostos, regulamentação e interferência do estado nos negócios;
  3. apenas 29% dos respondentes consideram o acesso a crédito como o problema mais relevante;
  4. dos respondentes, 45% são de empresas com 2 a 5 funcionários e 65% são empresas administradas diariamente pelo sócio principal;
  5. 35% são financiadas com capital próprio, 34% com empréstimo bancário e 24% com ajuda de amigos e familiares;
  6. 54% dos respondentes consideram que o custo do capital próprio é de até 12% a.a.

Alguém conhece estudo semelhante no Brasil? O estudo é muito rico e interessante e vale a pena a leitura completa. Para aqueles que desejarem o link do estudo, segue o contato: Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo..

 

 

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