As piores instituições de ensino superior representam mais de 1/4 do total

As 556 IES "reprovadas" precisam urgentemente melhorar a qualidade

reprovaoO Índice Geral de Cursos Avaliados da Instituição (IGC), divulgado pelo INEP (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira), começou a ser apurado em 2007 e, a cada três anos, as diferentes áreas de conhecimento são reavaliadas. É um indicador que mede a qualidade de instituições de ensino superior (IES) e considera, em sua composição, a qualidade dos cursos de graduação e de pós-graduação (mestrado e doutorado).

De acordo com o IGC 2011 (que considera o triênio), 26 universidades, 140 centros universitários e 1.770 faculdades foram avaliados. Desse universo, 556 IES não oferecem a qualidade mínima exigida pelo Ministério da Educação (MEC), ou seja, de cada grupo de quatro IES, uma está "reprovada" pelo MEC.

A tabela seguinte mostra a distribuição das 2.136 IES por faixa de IGC, com base em apuração do IGC - 2011.

Tabela 1. Classificação das IES por setor (público e privado) e por tipo de organização acadêmica

Faixa de IGC - 2011

Univer-sidade

Centro Univer-sitário

Faculdade

Total Geral

IES públicas

2

5

1

26

32

3

53

5

30

88

4

60

1

11

72

5

10

 

5

15

NR

1

 

14

15

SC

5

 

3

8

 

134

7

89

230

IES privadas

1

 

 

7

7

2

6

13

498

517

3

75

106

780

961

4

11

11

89

111

5

 

 

12

12

NR

 

 

48

48

SC

 

3

236

239

Sob investigação

 

 

11

11

 

92

133

1.681

1.906

Total Geral

 

226

140

1.770

2.136

NOTAS: NR = IES com CPC (Conceito Preliminar de Curso) de cursos não reconhecidos até 30/09/2012; SC = sem conceito.

FONTE: INEP - Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira


As IES com IGC 1 e 2 oferecem qualidade de ensino considerada insuficiente pelo MEC. São 556 instituições nessa condição e representam 26%, ou seja, mais de 1/4 do total. A grande maioria (94,2%) das IES classificadas nessas duas piores faixas de IGC é do setor privado.

Veja a forma de classificação por faixa de IGC na matéria Radiografia do ensino superior no Brasil.

Tabela 2. IES em relação à faixa do IGC

Faixa de IGC - 2011

IES pública

IES privada

Total (100%)

1

0

0,0%

7

0,4%

7

0,3%

2

32

13,9%

517

27,1%

549

25,7%

3

88

38,3%

961

50,4%

1.049

49,1%

4

72

31,3%

111

5,8%

183

8,6%

5

15

6,5%

12

0,6%

27

1,3%

NR

15

6,5%

48

2,5%

63

2,9%

SC

8

3,5%

239

12,5%

247

11,6%

Sob investigação

0

0,0%

11

0,6%

11

0,5%

 

230

100,0%

1.906

100,0%

2.136

100,0%

NOTAS: NR = IES com CPC (Conceito Preliminar de Curso) de cursos não reconhecidos até 30/09/2012; SC = sem conceito.

FONTE: INEP - Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira


Dentre essas, com nota 1, existem 7 faculdades, todas do setor privado (Tabela 3). As instituições com IGC 1 e 2 precisam trabalhar muito para melhorar sua qualidade, para não serem penalizadas pelo MEC, inclusive com o fechamento dos cursos. Veja na matéria Faculdades com as piores notas no IGC; MEC pode intervir.

Tabela 3. IES com IGC 1

IES

UF Sede

Município Sede

IGC contínuo

FACULDADE BRASÍLIA DE SÃO PAULO

SP

São Paulo

0,3943

FACULDADE DE TECNOLOGIA IAPEC

PR

Londrina

0,6270

FACULDADE DE ODONTOLOGIA DE MANAUS

AM

Manaus

0,7452

FACULDADE DE COMUNICAÇÃO PITÁGORAS UNIDADE GUARAPARI

ES

Guarapari

0,7462

FACULDADE COTEMIG

MG

Belo Horizonte

0,8576

FACULDADE DE PIRACANJUBA

GO

Piracanjuba

0,8942

FACULDADE DE TECNOLOGIA ALBERT EINSTEIN

SP

São Paulo

0,9392


Os estados de São Paulo e Minas Gerais apresentam, cada um, 83 IES com IGC insatisfatório. Porém, em relação ao número total de instituições existentes em seus respectivos estados, esses números representam 17,0% e 25,9%, respectivamente. São estados populosos e com grande número de IES, com 488 em São Paulo e 320 em Minas Gerais.

As cinco piores colocações neste quesito ficam com Alagoas (62,5%), Amapá (53,8%), Mato Grosso (48,0%), Maranhão (44,4%) e Rondônia (42,3%), que apresentam qualidade precária em cerca de metade das IES de seus estados. Pelos números apurados, mais da metade das IES dos estados de Alagoas e Amapá não atingem a qualidade mínima exigida pelo MEC.

Tabela 4. IES com qualidade insatisfatória em relação ao total do estado

 

 

IES com IGC 1 e 2

UF Sede

Total de IES da UF

IES pública

IES privada

Soma

Percentual

AC

8

 

2

2

25,0%

AL

24

1

14

15

62,5%

AM

19

 

7

7

36,8%

AP

13

 

7

7

53,8%

BA

107

 

39

39

36,4%

CE

45

 

8

8

17,8%

DF

53

 

15

15

28,3%

ES

82

2

31

33

40,2%

GO

72

4

26

30

41,7%

MA

27

 

12

12

44,4%

MG

320

2

81

83

25,9%

MS

36

 

14

14

38,9%

MT

50

1

23

24

48,0%

PA

31

1

10

11

35,5%

PB

34

 

6

6

17,6%

PE

85

9

20

29

34,1%

PI

34

 

12

12

35,3%

PR

169

3

35

38

22,5%

RJ

122

 

26

26

21,3%

RN

21

 

8

8

38,1%

RO

26

 

11

11

42,3%

RR

7

 

2

2

28,6%

RS

95

1

7

8

8,4%

SC

83

 

8

8

9,6%

SE

13

 

4

4

30,8%

SP

488

5

78

83

17,0%

TO

26

3

5

8

30,8%

Não consta

46

 

13

13

28,3%

Total Geral

2.136

32

524

556

26,0%


Os indicadores "menos piores" ficam com os estados de Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo, com 8,4%, 9,6% e 17,0%, respectivamente. Alguns estados do Nordeste também não são tão ruins em relação a números de São Paulo: Paraíba, com 17,6% e Ceará, com 17,8%.

Dentre as universidades federais, os piores indicadores ficam com os estados de Tocantins e Pernambuco, com 3 (11,5%) e 9 IES (10,6%), respectivamente.

Veja a lista completa das 556 IES com qualidade insatisfatória neste link.


Texto: Equipe Professornews, com dados do MEC

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