Oito em cada dez profissões receberam aumento abaixo da inflação em 2015, aponta pesquisa da Love Mondays

A categoria de professor registrou perdas salariais significativas

cofre eletronicoLevantamento da Love Mondays (*), maior comunidade de carreiras do país, onde profissionais declaram seus salários e satisfação com o local de trabalho, aponta que 21 de 26 cargos analisados em todo o país registraram aumento inferior à inflação média do país, que ficou em 9,57% no acumulado do ano, com base nos dados do IBGE.

O levantamento foi feito com base em 11.909 salários declarados por profissionais no site Love Mondays em 2014, em comparação com 49.405 salários declarados em 2015. Quando o profissional declara seu salário, ele também relata o setor e a cidade onde trabalha, bem como o ano em que recebeu tal remuneração.

Entre as posições que registraram maior retração salarial declarada, os que ocupam posição de gerente foram os mais afetados pela crise econômica que assola o país, com queda de 23% na renda. Os salários declarados por Supervisores (-11%); Professores (-9%); Operador de Caixa (-9%) e consultores (-6%) também registraram quedas acentuadas.

“O caso dos gerentes é o mais emblemático para exemplificação de como a crise tem afetado o mercado de trabalho. É possível que a posição venha sendo afetada pela substituição, ou seja, os profissionais atuais são substituídos por outros que estão disponíveis no mercado e aceitam uma remuneração menos competitiva”, explica a CEO da Love Mondays, Luciana Caletti.

Na média geral, de acordo com a Love Mondays, os salários registram elevação de 0,57% no ano, o que representa um distanciamento de 9 pontos percentuais em relação ao aumento de preços provocado pela carga inflacionária.

Dos quatro cargos que registraram alta superior ao índice de inflação, nenhum exige formação universitária completa. São eles: atendente (11%); assistente (12%); técnico (13%) e motorista (15%).

“São profissões em que a remuneração tem um piso menor e que se caracterizam por apresentar um nível de turnover muito alto. Essa realidade faz com que as empresas invistam em uma remuneração mais atrativa para buscar bons profissionais”, analisa a executiva. 

 

Gerentes em baixa

Entre as posições que registraram maior retração salarial declarada, os que ocupam posição de gerente foram os mais afetados pela crise econômica que assola o país, com queda de 23% na renda. Os salários declarados por Supervisores (-11%); Professores (-9%); Operador de Caixa (-9%) e consultores (-6%) também registraram quedas acentuadas.

Confira:

Variação dos salários de 2014 para 2015 por cargo 

Cargo

Salários de 2014*

Salários de 2015*

% de Variação

Gerente

R$ 8.485,17

 R$ 6.528,05

-23%

Supervisor

R$ 4.230,10

 R$ 3.763,61

-11%

Professor

R$ 3.671,17

 R$ 3.355,77

-9%

Operador de Caixa

R$ 1.569,33

 R$ 1.435,82

-9%

Consultor

R$ 5.066,86

 R$ 4.766,87

-6%

Analista Júnior

R$ 3.089,23

 R$ 2.966,71

-4%

Gerente Comercial

R$ 6.107,50

 R$ 5.905,33

-3%

Assistente Administrativo

R$ 1.856,16

 R$ 1.810,03

-2%

Estagiário

R$ 1.284,10

 R$ 1.273,82

-1%

Recepcionista

R$ 1.153,76

 R$ 1.149,70

0%

Analista Pleno

R$ 4.470,49

 R$ 4.504,19

1%

Coordenador

R$ 5.836,90

 R$ 5.883,04

1%

Operador

R$ 1.667,02

 R$ 1.682,61

1%

Auxiliar Administrativo

R$ 1.319,27

 R$ 1.342,42

2%

Analista

R$ 4.002,95

 R$ 4.115,75

3%

Analista de Sistemas Sênior

R$ 6.966,07

 R$ 7.162,91

3%

Auxiliar de Produção

R$ 1.129,33

 R$ 1.164,66

3%

Analista Sênior

R$ 5.889,15

 R$ 6.073,92

3%

Engenheiro

R$ 7.097,48

 R$ 7.414,42

4%

Analista de Sistemas

R$ 4.712,59

 R$ 5.015,34

6%

Vendedor

R$ 1.733,92

 R$ 1.871,96

8%

Atendente

R$ 948,56

 R$ 1.057,22

11%

Assistente

R$ 1.968,79

 R$ 2.208,22

12%

Técnico

R$ 2.596,38

 R$ 2.946,58

13%

Motorista

R$ 1.553,37

 R$ 1.791,98

15%

* Média salarial nacional: inclui salários em empresas privadas e instituições públicas.

Setores

Dos setores analisados pela pesquisa salarial Love Mondays, muitos promoveram reajustes abaixo da inflação. Entre eles, alguns segmentos da economia, além de não concederem aumento acima da inflação, estão com faixa de remuneração menor.

“O ano de 2015 vem sendo um ano bastante difícil para a maioria, porém, alguns setores sentem de forma mais acentuada os impactos da crise. Muitos promoveram redução no quadro de funcionários ou substituíram profissionais por outros que aceitavam remuneração inferior”, afirma Caletti.

O setor de serviços foi o que registrou a maior perda salarial do ano, ficando na casa de -8%. Se o segmento pagava um salário médio de R$2.637,73 em 2014, atualmente o salário médio registrado é de R$2.433,36. Os rendimentos dos profissionais da indústria têxtil também apresentaram queda de 8%, atingindo a média de R$2.203,68 contra R$2.385,18 no ano passado. Outros setores que apresentaram rendimentos médios inferiores significativos este ano são: TI & Telecom (-5%); Eletrônico (-3%) e Papel e Celulose (-2%).

Apenas dois setores mantiveram salários médios estagnados este ano. São eles: setor de Consultoria e Contabilidade e setor de Educação, com R$3.636.58 e R$2.940,80, respectivamente.

Em alta

Existem setores que tiveram alta, como pode ser verificado na tabela abaixo.

Não é para todos que a alta do dólar tem um impacto negativo. Em alguns setores, como o de commodities agrícolas e minerais, o preço dos produtos se tornam mais competitivos no mercado internacional, o que impulsiona as exportações. Com crescimento das vendas, é natural que as empresas aumentem o quadro de funcionários ou remunerem melhor os atuais funcionários.


 Variação dos salários de 2014 para 2015 por setor 

Setores

Salários de 2014*

Salários de 2015*

% de Variação

Serviços a Empresas

R$ 2.637,73

 R$ 2.433,36

-8%

Têxteis

R$ 2.385,18

 R$ 2.203,68

-8%

TI e Telecom

R$ 4.165,82

 R$ 3.937,79

-5%

Eletrônico

R$ 3.975,69

 R$ 3.841,65

-3%

Papel e Celulose

R$ 3.506,08

 R$ 3.450,47

-2%

Farmacêutica e Saúde

R$ 2.674,33

 R$ 2.647,80

-1%

Consultoria e Contabilidade

R$ 3.652,67

 R$ 3.636,58

0%

Educação

R$ 2.953,21

 R$ 2.940,80

0%

Governo, ONG e Associações

R$ 3.180,63

 R$ 3.263,02

3%

Transportes e Logística

R$ 2.692,05

 R$ 2.807,29

4%

Químico

R$ 3.564,84

 R$ 3.717,81

4%

Automotivo

R$ 3.417,59

 R$ 3.611,20

6%

Mídia e Comunicação

R$ 3.158,80

 R$ 3.347,17

6%

Varejo

R$ 1.886,83

 R$ 2.069,24

10%

Construção e Engenharia

R$ 3.284,76

 R$ 3.690,64

12%

Viagens, Turismo e Lazer

R$ 2.025,15

 R$ 2.315,24

14%

Serviços ao Consumidor

R$ 1.869,83

 R$ 2.171,80

16%

Serviços Financeiros

R$ 3.464,90

 R$ 4.079,41

18%

Energia

R$ 3.792,34

 R$ 4.506,47

19%

Manufatura Industrial

R$ 3.136,38

 R$ 3.770,22

20%

Agropecuária

R$ 2.840,37

 R$ 3.471,54

22%

Metalurgia e Mineração

R$ 3.318,47

 R$ 4.124,61

24%

Bens de Consumo

R$ 2.568,06

 R$ 3.211,23

25%

Bares e Restaurantes

R$ 1.190,61

 R$ 1.502,21

26%

* Média salarial nacional: inclui salários em empresas privadas e instituições públicas.


(*) Fundada em junho de 2013, a Love Mondays é a maior comunidade de carreiras que profissionais acessam para decidir onde querem trabalhar. Através de mais de 350 mil faixas salariais e avaliações sobre o ambiente de trabalho em mais de 60 mil empresas, o Love Mondays influencia as decisões de carreira de 1 milhão de profissionais todos os meses. 

 

Fonte: Assessoria de Imprensa da Love Mondays

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