Mauricio Waku contou algumas diferenças entre ser professor no Brasil e no Japão
No evento, os futuros bolsistas assistiram a vídeos produzidos pelos próprios organizadores do Koshukai e que vivenciaram o estágio ou estudos no Japão. Os vídeos deram dicas de transporte, de acomodações nas repúblicas estudantis, do cotidiano nas universidades e laboratórios, assim como as opções de passeios turísticos e locais de diversão e comércio.
Uma das maiores curiosidades no transporte japonês é o metrô, que é diferente do Brasil, além de contar com uma malha ferroviária muito maior que qualquer uma de nosso país: os passageiros pagam seus bilhetes de acordo com o trajeto.
Caso o passageiro desça em estações posteriores ao seu destino, é necessário pagar a diferença numa máquina ou para um funcionário do metrô, pois na saída, é necessário depositar o bilhete para liberar a catraca.
Os futuros bolsistas assistiram à palestra do ex-presidente da Asebex, Mauricio Waku. “Por mais que tenhamos feições orientais, nós somos brasileiros, e como tais, não possuímos todos os hábitos e costumes que existem no Japão. Por isso, é importante sabermos como nos adaptar num país tão diferente do nosso”, explicou.
Ao fim da palestra, Mauricio conversou com o Professornews.
Professornews Durante o discurso, você comentou sobre liderança e humildade para obedecer a regras, e além disso, você mostrou uma certa preocupação sobre como os futuros bolsistas vão se comportar em outro país. Qual seria a melhor maneira de causar uma boa impressão?
Nos países asiáticos e, particularmente, no Japão, sabe-se que seu povo é muito tradicional e é rígido quanto às tradições, hábitos, costumes e cultura. No Brasil, chegar um pouco atrasado aos compromissos não é considerado grave. Aos descendentes de japoneses que vão para lá estudar, como se dá isso?
No Japão, o bolsista tem que se adaptar ao cumprimento de horário, pois se não, terão sua imagem prejudicada frente a professores, orientadores e grupos de estudos. Tudo no Japão é fielmente realizado de acordo com os horários pré-determinados, e quando você vivencia uma cultura desse tipo, acaba trazendo isso consigo e utilizando em seu dia a dia no Brasil.
A profissão docente é muito diferente daqui do Brasil, não?
Muito diferente. No Japão, a profissão de professor, de mestre, é altamente respeitada. As autoridades respeitam um professor e sua palavra é levada em consideração para muitas questões, como a indicação de um aluno seu para um emprego e até o seu currículo é mais valorizado, caso você atue em docência. Também há a questão da remuneração: um professor japonês ganha muito mais do que qualquer professor no Brasil.
Fotos e texto: Alexandre César