Autoridades e organizadores do evento incentivam os futuros profissionais e cientistas
O seminário, que tem encontros diários programados para todos os dias da semana, entre 6 e 31 de janeiro, tem a finalidade de transmitir informações e orientações para os futuros bolsistas se familiarizarem com hábitos, costumes e cultura em geral do país que será seu hospedeiro durante meses ou anos. É coordenado por voluntários e ex-bolsistas, que já passaram por experiências que serão vividas também pelos futuros bolsistas, como é o caso da Denise Nishioka e Carolina Kano.
Na última segunda-feira (6), a Asebex iniciou o seminário com a cerimônia de abertura na Associação Cultural e Assistencial Iwate Kenjinkai do Brasil, na capital paulistana.
“Já estive nesta situação em que vocês se encontram agora, com grande ansiedade e expectativa do que está por vir. Por mais que estejam familiarizados com a cultura japonesa, muitos se perguntam se vão se adaptar, se vão alcançar seus objetivos, se vão sentir saudades de casa, e é aí que aparece o Koshukai: para incentivar, orientar e aconselhar sobre o que espera vocês do outro lado do continente”, disse Ricardo Takeshi Hoji, presidente da Asebex, em seu discurso de abertura.
O idioma, para quem pretende estudar no exterior, é realmente importante, principalmente o inglês, que é falado em todo o mundo acadêmico. Mas, no caso do Japão, o diretor da Asebex faz um alerta importante:
“No meu caso, fui estudar Robótica na província de Shiga, e lá não é como Tóquio, um grande centro; por isso, o inglês não é muito usado. O essencial é que o estudante saiba fluentemente o japonês ou o suficiente para aprender e se relacionar com as pessoas”, aconselhou Diego Yugo, da comissão de divulgação da Asebex.
De malas prontas para embarcar ao Japão em março, o estudante Danilo Yoiti, que está se formando em Robótica e pretende avançar nessa área e ajudar o Brasil, mas não descarta permanecer no país de seus antepassados, caso receba um convite.
“Ainda tenho muito que me aperfeiçoar e o Japão é o país de ponta nessa área. Eu espero aprender muito e voltar ao Brasil para atuar numa grande empresa e contribuir para o avanço da robótica em nosso país. Como sou bolsista, tenho que voltar para cá, mas se eu receber um convite para permanecer no Japão, não pensarei duas vezes”, admitiu.
Akinori Sonoda falou da importância do Koshukai, pois os participantes vão aprender como se portar em outro país, representando o Brasil. "Fico feliz em ver que o evento deste ano dobrou de tamanho. É importante conhecer os costumes de outros povos, pois vocês serão os embaixadores do Brasil, vão fazer a ponte entre o Brasil e o Japão", completou.
“Sabemos que filhos e netos de japoneses nascidos no Brasil são brasileiros, mas essas oportunidades de estudos servem como uma forma de eles estarem próximos à cultura de seus pais e avós, que perdeu um pouco de interesse dos descendentes japoneses após a II Guerra Mundial. Eu vejo o Brasil e o Japão como países amigos, onde um tem respeito e admiração pela cultura do outro. Os dois países têm muito a ganhar com a troca de conhecimentos e tecnologias que essas bolsas de estudo proporcionam”, argumentou o cônsul japonês.
O vice-presidente da entidade que representa a cultura japonesa, a Sociedade Brasileira de Cultura Japonesa e de Assistência Social (Bunkyo), Anacleto Hanashiro, deu sua opinião. “É uma alegria imensa ver tantos jovens interessados em estudar no Japão, o país de nossos antepassados. As bolsas de estudo servirão não só para o proveito profissional, mas também para os jovens de hoje conhecerem a cultura japonesa, como o respeito, os valores, a disciplina e a fraternidade. É importante que nós saibamos como está o Japão hoje e não só como o conhecemos em outras décadas; é importante não dar um passo para trás, mas também não podemos esquecer as nossas tradições. Nós, da Bunkyo, contribuímos com conhecimento que podem adquirir através do nosso museu e biblioteca, além de eventos que organizamos sobre cultura, culinária, folclore e teatro”.
Como último conselho, o presidente da Asebex, Ricardo Hoji dirigiu-se aos bolsistas: “Desejo muito sucesso a todos vocês; aproveitem bem as horas de convívio do seminário, pois cada um dos ex-bolsistas que lhes dará orientação passou por cursos, universidades, províncias, estágios em empresas e diferentes experiências acadêmicas, profissionais e de vida. Então, vocês terão muitas informações valiosas acumuladas com base em vivências”, encerrou.
Para mais informações, visite a página do Koshukai: http://koshukai.asebex.org.br/#koshukai.
Texto e fotos: Alexandre César