Presidente explica as condições para os estudantes conseguirem o benefício financeiro
A Associação dos Amigos da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo (Amefea), está com inscrições abertas para o programa de bolsa de estudo para alunos de seus três departamentos, até o dia 30 de abril. Atualmente, o valor da bolsa é de R$ 500,00, mas a diretoria estuda alteração do valor. Para saber mais, acesse o site da Amefea.
No dia 14 de abril, em uma assembleia geral convocada também para essa finalidade, a Amefea, que até então abraçava apenas o departamento de Economia, oficializará a união com os departamentos de Administração e de Contabilidade, além de promover um evento de boas-vindas aos pais de estudantes ingressados em 2012, bolsistas e ex-alunos. Na reunião realizada no último sábado (24), o Portal Professornews conversou com a sócia-fundadora e ex-professora da FEA, Diva Pinho, e com o presidente da entidade e professor de Economia da FEA, Joaquim Guilhoto.
Professornews: Com que objetivo os professores da USP e pais de alunos criaram a Amefea?
Professora Diva Pinho: Eu acredito na cultura da cooperação. Minha filosofia sempre foi a de incentivar a educação e apoiar quem necessita de meios para alcançá-la, embora muitas pessoas não estejam acostumadas a serem ajudadas. Não sei se é por isso que a procura dos alunos para bolsa-auxílio seja pequena, mas existem estudantes necessitados de ajuda e não vamos negar-lhes ajuda.
Professornews: A USP é uma universidade pública e com alto grau de excelência; por quê oferecer bolsa-auxílio?
Professor Joaquim Guilhoto: Muitos dos nossos estudantes são do interior e seus pais não têm condições de mantê-los aqui. Mesmo que a USP ofereça alojamento, ainda existem outros custos, como alimentação, vestuário, transporte, livros, xerox e outros materiais. Os dois primeiros anos são os mais difíceis, pois requerem mais estudo e adaptação, mas depois desse período, os alunos já estarão mais ambientados no mundo acadêmico e estagiando ou trabalhando.
Professornews: A professora Diva nos disse que a procura por bolsa-auxílio não é muito alta. Seria pela fama ou talvezpelo fato de que a USP é uma instituição elitista?
Professor Joaquim Guilhoto: Pela minha experiência de 23 anos aqui, posso dizer que a maioria de nossos alunos são das classes A e B, mas existe uma pequena parcela deles que precisa dessas bolsas e isso não pode ser ignorado. A USP realizou uma pesquisa e descobriu que muitos estudantes vieram das escolas públicas. Sobre a qualidade acadêmica é outra questão, os das particulares sobressaem dos que vêm das públicas no início do curso. Não existe um dado, mas nós professores observamos que, no decorrer do curso, os das públicas têm desempenho que superam os outros, isso porque possuem um potencial enorme.
Professornews: Quais são os critérios para obtenção e manutenção das bolsas?
Professor Joaquim Guilhoto: Os selecionados precisam ser oriundos da rede pública de ensino, além de serem alunos da FEA-USP e provarem baixa renda familiar. Para se manterem no programa, precisam ter bom desempenho acadêmico e não serem reprovados em nenhuma matéria. Mas caso seja reprovado em alguma matéria, conversaremos com o professor da disciplina e com o estudante para saber o que aconteceu.
Professornews: O que significou a união com os departamentos de Administração e Contabilidade?
Professor Joaquim Guilhoto: Representa um avanço, uma interação e expansão de convivência com pais de alunos, colegas de profissão, com a FEA e a USP. Nosso objetivo não é só expandir a qualidade dos cursos, mas também a de mostrar à sociedade o que fazemos. Nossos ex-bolsistas fazem questão de agradecer a oportunidade dada e muitas vezes voltam para nos visitar e contam como venceram na profissão, o que é muito recompensador para nós.
Texto e fotos: Alexandre César