“Ensinar exige compreender que a educação é uma forma de intervenção no mundo” (Paulo Freire)
Suzana Ziareski
É preciso que o professor valorize e respeite os conhecimentos empíricos trazidos pelos alunos, pois é inevitável que esses façam parte do processo de aprendizagem. O conhecimento se dá traduzindo-se o que se aprende com o que já se conhece. Um novo saber se constrói em fusão com um conhecimento pré-existente.
Um processo de aprendizagem eficiente estimula o educando a uma reflexão crítica da realidade, visto que é assim que ele interagirá, contribuindo com a realidade em que está inserido, modificando-a, tornando-se agente individual capaz de cooperar com a construção de um coletivo.
Ensinar é uma tarefa que deve possibilitar ao educando a autonomia para construção do seu conhecimento, libertando-o para o seu uso. Portanto, ensinar não pode ser simplesmente transferir conhecimento, mas desenvolver a capacidade de produção e construção de saberes.
Para isso, o professor precisa estar “aberto” a indagações, perguntas, curiosidades, intervenções. Ensinar e aprender são recíprocos; ensinando se aprende e aprendendo se ensina. A reciprocidade nesse processo é fundamental para que se ensine com o devido respeito à autonomia e à dignidade. Isso também é ser ético, pois envolve preceitos morais.
Educar é agir com generosidade e comprometimento.
A educação é uma forma de transformação da realidade, que pode tanto “quebrar” uma ideologia dominadora, como mantê-la. Isso depende da maneira como o condutor dessa educação influencia seus conduzidos, formando-os com autonomia, conscientizando-os de seu papel na realidade em que está inserido, mostrando a eles que são, de fato, agentes históricos e sociais que devem, portanto, pensar e agir criticamente, reflexivamente.
Não é demagogia educar para a autonomia, já que o professor também faz parte do meio em que está inserido e colherá, inevitavelmente, os frutos sociais das sementes que plantou.
Bibliografia:
FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia. 33ª ed. São Paulo: Paz e Terra, 2006.
Comentários
Temos que facilitar o pensar, o agir e o protagonismo, para que possamos ter uma sociedade mais participativa e com condições de promover as mudanças que tanto almejamos.
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