Este é o canto para pendurar o jaleco e a bata
A edição do Canto da Chuva desta semana traz um drama chinês, com personagens reais; uma estória que mostra a força de uma mulher em busca de um sonho; dica de um livro que aborda os avanços da tecnologia; uma música de um cantor cubano que já foi interpretada por Chico Buarque; e uma piada para descontrair seu dia.
CLAQUETE: Nenhum a Menos (Yi Ge Dou Bu Neng Shao – China, 1999)
Comovente estória que se passa num vilarejo da China, distante dos grandes centros. O professor Gao ensina na Escola Primária Shuiquan, e precisa ausentar-se para cuidar da mãe doente. Para o seu lugar, o professor confia a responsabilidade para Wei Minzhi, de 13 anos, única pessoa que aceitou a tarefa. Antes de ir, Gao pede que Wei não deixe que nenhum aluno abandone as aulas, garantindo-lhe a recompensa de 10 Yuans como pagamento. No meio de uma situação em que nunca estivera, Wei tenta o impossível para manter a concentração das crianças, pouco menores que ela. Eis que um menino de 10 anos decide tentar trabalho na cidade grande, fazendo com que Wei vá em sua busca, como promessa de manter a classe intacta. Nenhum a Menos arrebatou vários prêmios cinematográficos, dentre eles, o Festival de Veneza de 1999. Uma curiosidade da obra é que muitos personagens do filme têm o mesmo nome na vida real, assim como em suas profissões e ocupações. Os alunos da escola são mesmo estudantes do vilarejo onde a película foi filmada. O prefeito da cidade, os profissionais de TV e a dona do restaurante também são personagens reais e nunca tinham participado de um filme. O roteiro é de Shi Xiangsheng, e a direção é assinada por Zhang Yimou.
EM CARTAZ: Albert Nobbs (Albert Nobbs – Irlanda, 2011)
Curiosa estória que se passa na Irlanda do século XIX, e que mostra a determinação de uma mulher que deseja alcançar seus objetivos. A trama fala da estória de Albert Nobbs (Glenn Close), que trabalha como mordomo, mas que na verdade é uma mulher. Nobss passou-se por homem por 30 anos, período em que aprendeu hábitos e usou roupas masculinas, para realizar o sonho de se tornar dona de uma tabacaria. O roteiro é de Glenn Close, John Banville. A direção é de Rodrigo García. Veja onde filme vai passar na sua região, no site Cineclick.
PAPIRO: Inovação e Métodos de Ensino para Nativos Digitais
A dica de livros dessa semana é Inovação e Métodos de Ensino para Nativos Digitais, de Marcelo Veras (Editora Atlas, 176 p.). Inúmeros são os desafios para todo o processo educativo, bem como o de ser professor no século XXI. O acúmulo de informação, a velocidade da tecnologia, a evolução constante da prática pedagógica e as profundas transformações ocorridas no perfil do principal sujeito de todo processo - o aluno - trazem questões para as quais não há resposta fácil. Mas uma coisa é certa: o nosso tempo, caracterizado por mudanças constantes e velozes, impõe novas demandas para o professor e o estimula a repensar continuamente seu papel e sua prática.
UM MOMENTO DE CULTURA: Pequeña Serenata Diurna
Vivo en un país libre
Cual solamente puede ser libre
En esta tierra, en este instante
Y soy feliz porque soy gigante
Amo a una mujer clara
Que amo y me ama
Sin pedir nada
O casi nada
Que no es lo mismo
Pero es igual
Y si esto fuera poco
Tengo mis cantos
Que poco a poco
Muelo y rehago
Habitando el tiempo
Como le cuadra
A un hombre despierto
Soy feliz
Soy un hombre feliz
Y quiero que me perdonen
Por este día
Los muertos de mi felicidad.
Pequeña Serenata Diurna é de autoria de Silvio Rodríguez Domínguez, considerado um dos músicos mais influentes da época contemporânea de Cuba, ao lado de Pablo Milanés, Noel Nicola e Vicente Feliú. No Brasil, Pequeña Serenata Diurna, de 1975, foi interpretada por muitos cantores, mas a versão mais conhecida é de Chico Buarque de Holanda, gravada em 1978, no disco Chico Buarque. A curiosidade é que a canção fala de um homem que vive num país livre, mas nem Silvio nem Chico viviam num país democrático quando gravaram a música.
PIADAS E ANEDOTAS:
Numa aula de Matemática, o professor explica o cálculo de uma enorme equação. Depois, vira-se para os alunos e exclama:
- Com isso, chegamos ao resultado de que X é igual a zero!
Ao que uma aluna mostra frustração e indaga:
- Puxa, professor, todo esse trabalho pra nada?