Anhanguera demite 680 professores

Instituição deverá contratar docentes com titulações mais baixas

Na última semana, o grupo Anhanguera Educacional, maior rede de ensino superior no país, demitiu cerca de 680 professores das três instituições adquiridas recentemente: Universidade Bandeirantes (Uniban), Universidade do Grande ABC (UniABC) e Faculdade Senador Fláquer. Juntas, as três escolas possuem mais de 60 mil alunos.

A Uniban foi a instituição que mais sofreu com os cortes, com 400 profissionais desligados de seu quadro efetivo. De acordo com o Sindicato dos Professores de São Paulo (Sinpro-SP) esta foi a maior ação de demissão em massa de professores dos últimos 20 anos em São Paulo. A maioria dos docentes dispensados têm título de doutor e mestre, portanto, com vencimentos mais altos.

Especula-se que a Anhanguera deseje reformular seu quadro com professores de titulação mais baixa. Segundo professores da Anhanguera, a instituição paga a um mestre o valor de R$ 38 por hora-aula e, agora, deverá pagar R$ 26,00 aos novos contratados. Quanto aos mestres e doutores que permanecerão na casa, estes terão suas horas e salários reduzidos.

Em nota, a Anhanguera admitiu os cortes, mas não o número exato de profissionais e nem como e quando será a reposição. As leis educacionais determinam que as universidades precisam ter 1/3 do seu quadro com mestrado e doutorado, mas existe o entendimento de que a porcentagem diz respeito ao número de professores, e não sobre a quantidade de aulas dadas.

"A demissão não teve a ver com a minha aula, foi só por causa da titulação", declarou uma professora de Psicologia.

Fonte: Fábio Takahashi e Patrícia Gomes (Folha.com – 21.12.11)


NOTA. Notícia atualizada em 23/01/2012. Veja em: Corte na Anhanguera chega a 1.500 professores em São Paulo.




Comentários   

0 # Dejanira Lieta Corrêa e Silva 29-12-2011 17:26
Senhores (as),

se formos refletir por intermédio de uma lógica inteligente onde o professor qualificado venha a contribuir com seus saberes para com a construção epistemológica, realmente torna-se incompreensível, mas em contrapartida, sob a ótica da ignorância e mediocridade faz sentido.


sinto muito por todos vocês!
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0 # Prof. Ivar 04-01-2012 11:29
O mundo está mergulhado num sistema de vida e produção que humilha e degrada pessoas. Cônscio disto é que vale mais trabalhar pelos alunos do que por instituições, ditas de educação, que priorizam o dinheiro. Vil metal, ele tem sido âncora, mais do que a utopia de contribuir para que os alunos sejam melhores. Que o pesar fique por conta de Rousseau, e não de seus filhos, nós, os professores. Sigamos, pois, afinal, o que importa é o aluno.
Grande abraço,
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0 # Rosângela Vig 11-01-2012 07:21
Não foi somente pelo valor da hora aula, em muitos casos, o MEC aprovou cursos como o de Letras em Sorocaba com nota 3, porque a faculdade tinha professores com Mestrado, capacitados. A UFSCAR, por exemplo recebeu nota 4 no curso de Química com professores pós-doutorados.
Então quando os cursos foram aprovados pelo MEC e receberam notas, demitiram professores (seria melhor dizer que os descarataram) porque então não seriam mais úteis à faculdade.
Imagine um curso que forma professores, como serão os professores que se formarão, uma vez que irão ter aulas com recém-formados...
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