Exercícios durante a jornada de trabalho ajudam a manter o sistema músculo-esquelético sempre em movimento, evitando dores indesejáveis
Mariana Maia Vasconcelos (*)
Inicialmente, vale ressaltar que a ergonomia é o estudo da adaptação do trabalho às características dos indivíduos, onde é possível existir intervenções ergonômicas para melhorar significativamente a eficiência, produtividade, segurança e saúde nos postos de trabalho, evitando assim, estresses físicos nas articulações, músculos, nervos, tendões e ossos, até fatores ambientais que possam afetar a audição, visão, conforto e, principalmente, a saúde.
Investir na melhora ergonômica do colaborador e auxiliá-lo a trabalhar com posturas corretas pode ser uma estratégia para que as empresas renovem as formas de trabalho e elevem, ao mesmo tempo, a satisfação pessoal e a produtividade. Assim, o custo individual de cada profissional para uma empresa é minimizado, removendo aspectos do trabalho, que, a longo prazo, podem provocar ineficiências ou algum tipo de incapacidade física.
Entre as principais queixas e causas da baixa produtividade em um ambiente não ergonômico, podemos citar: dor, cansaço, formigamento e queimação, que estão diretamente ligadas à adequação do corpo frente a um determinado equipamento. Além disso, as regiões do corpo mais afetadas por distúrbios osteomusculares são: lombar, ombros, joelhos, cervical, punhos e mãos.
Levando em consideração as características específicas de um colaborador que passa, em média, 10 horas diárias sentado na frente de um computador, as seguintes dicas são importantes para esse perfil: se você é muito alto, procure alguma forma de elevar sua mesa, através de calços ou mesas especiais dotadas de regulagem de altura; procure liberar espaço para movimentar o teclado um pouco para frente e um pouco para trás e, inclusive, procure um arranjo em que seja possível afastar o teclado, possibilitando assim, usar a superfície da mesa para a escrita.
Continuando as dicas: procure trabalhar em uma mesa que tenha bordas arredondadas e, caso não as tenha, você pode se beneficiar de um apoio de punho almofadado, de borda arredondada; se seu trabalho envolve leitura frequente de texto ou consulta a documentos, arranje um suporte para documento e coloque o texto inclinado o mais próximo possível do monitor de vídeo, ou entre este e o teclado, para que o deslocamento de pescoço seja pequeno; todos os objetos de uso constante devem estar o mais próximo possível de seu corpo, evitando torção do tronco; e evite colocar objetos ou documentos pesados em gavetas que estejam próximas ao piso.
Vale destacar que tais fatores podem ser adaptados de várias formas. Para isso, é indicada a utilização de alguns produtos, como apoio para antebraço, pés e teclados, cadeiras adaptáveis, suporte para monitor e texto, mouse pad, tapetes ergonômicos, entre outros.
Além disso, para finalizar, seguem outras dicas que podem melhorar a qualidade de vida no ambiente de trabalho, prevenindo dores indesejáveis:
- garanta um conforto visual mantendo seu monitor entre 45 e 75 cm de distância, e regule a altura no máximo até sua linha de visão, procurando sempre descansar a vista olhando para objetos e paisagens;
- o punho deve estar no nível da altura dos cotovelos; durante a digitação mantenha-o em posição neutra;
- mantenha o teclado sempre na posição mais baixa e digite com os punhos e antebraços apoiados;
- mantenha os pés bem apoiados no chão ou em um suporte apropriado;
- use cadeira que possua encosto, para melhor distribuição do peso corporal e relaxamento da musculatura;
- para evitar reflexos, as superfícies de trabalho, paredes e pisos devem ser foscas e o monitor deve possuir uma tela anti-reflexiva;
- evite posicionar o computador perto das janelas e utilize luminárias com proteção adequada;
- as temperaturas devem ser confortáveis;
- sempre que possível, humanize o ambiente e estimule a convivência social entre os funcionários;
- trabalhe em ritmo razoável;
- faça pausas frequentes e breves a cada hora, e inclua alongamentos, pequenos movimentos e caminhadas.
(*) Mariana Maia Vasconcelos é fisioterapeuta da Acquaterapia e formou-se na PUC-Minas de Poços de Caldas.