Obra de Monteiro Lobato gera polêmica por ter caça à onça

Especialistas tentam informar as crianças sobre o contexto da época

Depois da polêmica causada pelo Conselho Nacional de Educação (CNE) ao sugerir, em 2010, que o livro Caçadas de Pedrinho (1933), de Monteiro Lobato, continha trechos racistas, a obra voltou a ter seu conteúdo questionado por alguns especialistas em educação.

Agora, a discussão gira em torno do momento em que a turma do Sítio do Picapau Amarelo resolve caçar uma onça-pintada. Pedrinho mune-se de uma espingarda, Visconde opta por um sabre de madeira, Narizinho pega uma faca e Emília leva um espeto de churrasco.

Na época do lançamento de Caçadas de Pedrinho, a onça-pintada não corria risco de extinção e a espécie não era protegida pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), que seria fundado apenas em 1989, muito menos havia o sentimento do “politicamente correto” que existe hoje.

Com a preocupação do contexto temporal, a Editora Globo pôs em suas edições da obra algumas explicações para as crianças.

“Todas as histórias foram escritas em um contexto, em uma época. A solução não é proibir o livro porque os personagens querem matar uma onça. Mas fazer com que as crianças entendam a época em que o livro foi escrito. Isso não é ser careta. É ser cuidadoso”, explicou Diana Vidal, professora da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (USP).

Fonte: Bruno Limonero (Folha de S. Paulo) e Pragmatismo Político

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