Ciborgue negocia parceria tecnológica com a Universidade de PE

Neil Harbisson usa um olho eletrônico para identificar as cores

Na última quarta-feira (2), na Universidade de Pernambuco (UPE), o primeiro ciborgue – parte homem e parte máquina – reconhecido por um governo, o inglês Neil Harbisson, 29 anos, concedeu uma palestra de como consegue “ouvir” as cores, além de firmar uma parceria tecnológica com a UPE.

Harbisson nasceu com uma deficiência visual chamada acromatpsia, que o fazia apenas identificar as cores branca, preta e tons de cinza. "Tinha dificuldades na escola para identificar mapas, pessoas e bandeiras", afirmou. A solução foi usar um olho eletrônico, mas a versão de 2004 pesava 5 kg e era necessário transportá-lo numa mochila. O equipamento permitia-lhe identificar as cores através de sons de bipes mais graves ou agudos.

Mas na sua 10ª versão, Neil Harbisson consegue usar o aparelho numa tiara presa à cabeça, pesando apenas alguns gramas. O aparelho que parece uma webcam possui um chip instalado em sua nuca e consegue captar até 360 tons de cores. "Quando entro em um ambiente, ouço a cor predominante. Depois, é preciso focar individualmente os objetos para ouvir as outras cores", disse.

O inglês, que é presidente da Fundação Cyborg, de defesa dos direitos dos homens-máquina, também contou que o reconhecimento como ciborgue pelo parlamento inglês aconteceu em 2004, após confirmação do laudo médico de que, mesmo sendo um aparelho externo, o olho eletrônico era vital para ele. Ainda em 2004, Harbisson tirou seu passaporte, com uma foto em que aparece com o olho eletrônico.

Agora, o ciborgue irá conhecer um projeto da UPE em que o aparelho transforma a linguagem das mãos dos deficientes auditivos em sons e letras, e que deverá ficar pronto em dezembro.

Fonte: Fábio Guibu (Folha.com)

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